Obs. trabalho realizado em 2007 (será que a situação melhorou ou piorou desde então)?
Imagem copiada de Brasil de Fato. |
O DESEMPREGO
NO BRASIL E NO MUNDO
A era moderna gera uma
expansão de desempregos sem precedentes, e que vem a ser chamado de desemprego estrutural, atingindo o mundo
numa escala global. Levando o trabalhador a se submeter cada vez mais as
manobras do capitalismo, de maneira que:
Além da desproletarização
relativa do trabalho industrial, da incorporação do trabalho feminino, da
subproletarização do trabalho, através do trabalho parcial, temporário, tem-se,
como outra variante desse múltiplo quadro, um intenso processo de assalariamento
dos setores médios, decorrente do setor da expansão de serviços (ANTUNES, 2006,
p. 54).
Tanto é que nos últimos
anos, o desemprego chega a níveis jamais alcançados no país. Enquanto no final
da década de 80 havia 2 milhões de desempregados no nosso país, em 1995 eles
passaram a ser 4,5 milhões e no final dos anos 90, já somavam 7,6 milhões. Dentre os cálculos básicos para medir o
desemprego, citemos: a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) IBGE:
mede o desemprego aberto – leva em conta quem procurou emprego e não teve
atividade remunerada na semana anterior. Pesquisa Mensal de Emprego (PME) IBGE:
mede o desemprego aberto - quem procurou emprego e não teve atividade
remunerada na semana anterior. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED)
Sead/Dieese: mede o desemprego aberto, o desemprego oculto pelo trabalho
precário (quem procurou emprego e teve atividade remunerada de natureza
inconstante) e oculto pelo desalento (quem não procurou emprego mas estaria no
mercado se houvesse emprego).
Na
passagem do milênio, a taxa de desemprego em grandes cidades do Brasil era:
Distrito Federal: 21,6; Belo Horizonte: 17,8; Porto Alegre: 16,6 e São Paulo:
17,6.
Porém, o
desemprego não é um problema só no Brasil; ele ocorre na Europa e em toda parte
do mundo. Excetuando-se os Estados Unidos, onde a questão está minimizada pelo
longo período de crescimento da economia durante o governo de Bill Clinton. Nas
demais partes do mundo o fenômeno é visto com preocupação. Na Europa, o
problema é muito grave; no Japão, atualmente observa-se a diminuição do número
de vagas no mercado de trabalho; a Coréia do Sul enfrenta a mesma situação. Nos
países subdesenvolvidos, a situação não é diferente.
No Brasil, é
grande a preocupação dos trabalhadores, dos sindicatos, das autoridades e dos
estudiosos de problemas sociais, a despeito de não possuirmos dados precisos
sobre o desemprego, isto porque, enquanto o IBGE fala em taxa de 12%, a
Fundação Seade/Dieese fala em 18% na região metropolitana da Grande São Paulo.
A verdade é que temos, hoje, em qualquer família, alguém desempregado. O
desemprego causa vários problemas: para o desempregado, para a família e para o
Estado. Para o cidadão desempregado e sua família, o desemprego provoca
insegurança, a indignidade, aquela sensação de inutilidade para o mundo social.
A tecnologia,
que vem desde a revolução industrial na Inglaterra em 1750, traz problemas, e
certamente é uma das principais causas do desemprego mundial. Uma máquina
substitui o trabalho de 10, 20, 40 ou mais pessoas. Já foi dito que a revolução
industrial provocou insatisfação dos trabalhadores, mas pouco desemprego,
porquanto, na época, as vagas fechadas numa empresa eram supridas pela abertura
de outras empresas. Além disso, houve a redução da jornada de trabalho para 8
horas e a semana de 5 dias. Todavia, hoje, com a globalização, a
informatização, as novas tecnologias, nós temos efetivamente um problema de
desemprego estrutural (gerando desproletarização, subproletarização e trabalho
informal). Estão desaparecendo muitas profissões e atividades profissionais,
porque têm o robô fazendo o trabalho de muitas pessoas. Isso realmente gera
desemprego e tanto o governo quanto a sociedade tem que contribuir para
encontrar uma solução.
Talvez a
solução momentânea seja a re-qualificação profissional. Os profissionais que
perdem seus postos de trabalho devem passar por treinamentos e reciclagens. Só
assim poderão encontrar outra atividade e assumir uma nova vaga no concorrido
mercado de trabalho moderno. O desempregado não pode ficar esperando nova
oportunidade para ocupar a mesma vaga que ocupava antes da demissão, mesmo
porque aquela vaga, ou melhor, aquela função pode deixar de existir. Aquele que
deseja voltar ao mercado de trabalho deve se reciclar, buscando uma colocação
em outra área ou ramo de atividade; para isso, ele deve estar preparado.
O governo,
através dos Fundos de Amparo ao Trabalhador, tem oferecido recursos para
treinamentos e reciclagens aos desempregados. Essa iniciativa ajuda, pois o
trabalhador, sem essa reciclagem não vai conseguir uma recolocação no mercado
de trabalho, mas não resolve o problema.
De modo que a
questão do emprego é, hoje, a principal preocupação do movimento sindical, do
Estado e, principalmente, da família, a que mais sofre com a falta de trabalho
e queda da renda, agravando todos os problemas sociais. Sendo assim, a reforma
sindical e trabalhista tem que ter como prioridade a procura de caminhos para
impor aos governantes a execução de programas de desenvolvimento que resultem
em geração de empregos.
Porém, essa
não é a única saída para abrir postos de trabalho no mercado. Haja vista o que
se passa no setor automobilístico, por exemplo, onde investimentos maciços e
duplicação da capacidade produtiva não resultaram em geração de novos empregos.
Ao contrário, com os investimentos feitos as empresas puseram em prática um
amplo programa de modernização e automação, cortando milhares de postos de
trabalho. Para se ter uma ideia do estrago ocorrido neste setor, basta dizer
que, na década de 80 do século passado, para uma capacidade de produção de um
milhão e quinhentos mil veículos, as montadoras empregavam 140 mil empregados.
Hoje, para uma capacidade de produção de três milhões de veículos, as
montadoras empregam apenas 90 mil trabalhadores. Só este exemplo mostra que,
além de investimentos e programas de crescimento econômico, são necessárias
outras medidas para gerar mais empregos. Hoje temos linhas completas, sistemas
produtivos completos, operados por robôs. Os processos tecnológicos empregados
na atualidade e mais a presença crescente da mulher no mercado de trabalho
exigem uma redução drástica da jornada de trabalho, para dar emprego às
centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro que precisam trabalhar.
Mas, a redução da jornada não pode ser um ato isolado e unilateral de um só país ou dois. É preciso estabelecer uma nova jornada de trabalho de caráter universal, algo como uma resolução da Organização das Nações Unidas para ser cumprida por todos os países e para ser fiscalizada a sua aplicação por um órgão tipo OIT, a Organização Internacional do Trabalho, para que não haja um desequilíbrio nos custos de produção e quebra da equidade competitiva entre os países no mercado mundial. E, também, para que não haja redução de salários.
Brasil é o terceiro no
ranking mundial do desemprego
O Brasil é o terceiro país do mundo em número de desempregados. É o que mostra um levantamento divulgado recentemente pelo economista Márcio Pochmann, da Unicamp, com dados oficiais de 141 países. Com 7,7 milhões de pessoas sem trabalho em 1999, segundo o IBGE, o Brasil só fica atrás da Índia, com quase 40 milhões de desocupados, e da Rússia, com 9,1 milhões.
ALAGOAS É O ESTADO ONDE O DESEMPREGO MENOS CRESCEU
Os jovens do Piauí
foram os que mais sofreram com os efeitos do desemprego no país nos últimos dez
anos. Entre 1995 e 2005, o desemprego para quem tinha entre 15 e 24 anos
avançou 300% nesse Estado, enquanto a ocupação cresceu apenas 7,5%. O resultado
menos negativo foi verificado em Alagoas, onde o desemprego cresceu 8,4%. Mas a
quantidade de novos postos de trabalho ficou praticamente estável, com alta de
0,2%.
As duas regiões que apresentaram comportamento diferente da
média brasileira, no que diz respeito à educação e emprego, foram Norte e
Nordeste, onde a expansão no número de jovens no mercado de trabalhou superou a
taxa de matrícula.
Já o Sudeste liderou o crescimento do desemprego juvenil,
com uma variação de 120,3% entre 1995 e 2005, bem acima do resultado do Brasil,
que variou 107,2% neste período. Por outro lado, o Centro-Oeste e o Nordeste,
mesmo tendo liderado o aumento dos jovens matriculados, com variações de 89,5%,
83,8%, tiveram fortes altas na quantidade de desempregados no período: 116,4% e
105,2%.
Como cada vez mais jovens estão à procura de um emprego e passam a fazer do
mercado de trabalho, sejam como ocupados ou como desocupados, o estudo mostra
que eles estão mais voltados ao emprego do que à educação. Em 2005, enquanto um
em cada dois jovens estudava, o levantamento constatou que dois em cada três
jovens são ativos nesse mercado.
Apesar do desemprego juvenil ser visto como algo negativo, Pochmann avalia que quanto mais tarde o jovem ingressa no mercado de trabalho, maiores são as chances de ele se dar bem. "Se ele estudar mais ao invés de trabalhar, poderá entrar mais tarde no mercado, porém, em um cargo melhor."
AL tem a maior variação de desemprego do País
Alagoas
registrou déficit de 27,9 mil empregos no primeiro semestre deste ano. É o que
informa o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do
Trabalho e Emprego.
Nos seis
primeiros meses do ano, foram realizadas 33.769 contratações no mercado formal
de trabalho, contra 61.763 demissões, gerando um saldo negativo formado por
exatos 27.994 trabalhadores sem emprego. Para o economista do Ipea, Paulo
Tafner, a geração de empregos formais não apenas em Alagoas, mas
Certamente em
Palmeira dos Índios não é diferente, cidade de economia precária, que amarga a
dura realidade de não poder ofertar emprego aos seus “filhos” e, deste modo,
pára no tempo, como se a permanência na incerteza fosse o melhor negócio para
quem quer crescer. É comum, portanto, o êxodo de seu povo para regiões e
cidades mais desenvolvidas e a insatisfação de muitos habitantes que nela
teimam em deixar fixas suas raízes. Para alguns é o melhor lugar para se viver,
a melhor cidade para constituir família, mas para a grande massa que emerge,
seca de progresso e cheia de vontade, não há raiz, por mais fecunda que seja,
que sustente, será esta, portanto, arrancada em nome do desenvolvimento pessoal
e familiar e assim adentrará noutros territórios mais fecundos e produtivos.
REFERÊNCIAS
ALMANAQUE ABRIL. São Paulo, 2002.
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade
do mundo do trabalho. – 11. ed. – São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da
Universidade Estadual de Campinas, 2006.
Disponível em: http://www.coisasdemaceio.com.br. Acesso em 06-07-07.
Disponível em: http://www.coisasdemaceio.com.br/article.php?storyid=237. Acesso em 06-07-07.
Disponível em: http://www.google.com.br.
Acesso em 05-07-07.
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