I
BURGUESES E PROLETÁRIOS
A história das sociedades
resume-se em: opressores e oprimidos, numa constante oposição, terminando com
uma transformação revolucionária ou com o declínio comum de uma das classes em
luta.
A Burguesia caracteriza-se não
por ter eliminado os antagonismos, mas por ter estabelecido através de
conflitos duas classes inimigas entre si: Burguesia e Proletariado.
Os industriais milionários, por
sua vez, além dos chefes de exércitos industriais e os burgueses modernos
atropelaram todos os elementos que designavam o trabalho de cada classe,
especialmente envolvidos pelas grandes transformações que lhes contaminavam, o
trabalho tornou-se então uma excelente mercadoria para propiciar lucros. Assim
também o progresso político acompanhou cada avanço da Burguesia. Esta
conquistou o domínio político e dilacerou, destruiu todas as atividades até
então consideradas dignas, pois agora tudo se movia em função do comércio
burguês.
A Burguesia ainda revolucionou
todo o conjunto das relações sociais e fez parecer que: “tudo que é sólido é estável, se volatiliza, tudo que é sagrado é
profano e os homens são finalmente obrigados a encarar com sobriedade e sem
ilusões sua posição na vida, suas relações recíprocas”.
A necessidade de novos mercados
fez a burguesia vincular-se em todas as partes, dando a toda produção um
caráter cosmopolita assim como ao consumo em todos os países. Houve, conseqüentemente
a queda de grandes industriais, a necessidade de novas matérias-primas e a
interdependência universal das nações, tanto em âmbito material quanto
intelectual.
A burguesia, com suas “parábolas
medíocres e mentirosas, através de suas ‘profecias e defesas de novos ideais’
utópicos (para os proletários e os pobres)” arrastou até os bárbaros para a
civilização, obrigou várias nações a se tornarem burguesas. Numa palavra, criou
o mundo a sua imagem e semelhança e
submeteu o campo à cidade, aumentando a população urbana. E ainda, submeteu
países bárbaros e semi-bárbaros aos civilizados, os camponeses aos burgueses,
bem como o Oriente ao Ocidente.
Construiu a centralização
política e dominou todas as outras classes por séculos, fazendo renovações bem
maiores do que tantas outras das gerações passadas.
O que constituiu a burguesia
foram os meios de produção e de troca, produzidos no interior do sistema feudal
e dando a aurora para o capitalismo. Porém, as crises sociais fizeram com que a
burguesia se desestruturasse, pois, muitas vezes cria riquezas e lança produtos
no mercado a ponto de mais poder dar conta e se auto-desmoronar, mas sempre
consegue vencer as crises e as baixas de capital, usando-se da destruição de
emancipações de outras classes e de novas formas de produção e da conquista de
novos meios de produção, preparando e diminuindo seus gastos e arrecadando mais
lucro, através do uso da mão-de-obra explorada.
A burguesia construiu as armas
que posteriormente voltaram-se contra si mesma e também os homens (soldados
incansáveis por justiça e dignidade trabalhista) para manusearem tais armas,
eles são os operários modernos e os proletários. É importante também destacar
que a classe burguesa (com capital acumulado) desenvolveu-se bastante,
entretanto juntamente com ela desenvolveu-se este proletariado (artigo e
mercadoria de comércio).
A maquinária e o desenvolvimento
do trabalho desvalorizaram o trabalhador comum. Tornando-o acessório da
máquina. Ela também fez nascer o trabalho feminino e o trabalho infantil.
Quando o operário recebia seu
medíocre salário caíam sobre ele outras tantas partes da burguesia, de maneira
a sugar-lhe quase ao limite da vida: o proprietário da casa
(alugada/arrendada), o dono da mercearia, etc. O proletário é, então recrutado
em todas as classes da população e, sua própria existência é uma luta contra a
burguesia, ela induz o proletário a lutar, porém, não mais é pelos direitos
deles e sim pelos direitos dela.
Então, os proletários começaram a
formar coalizões contra os burgueses, houve triunfos, porém, efêmeros,
resultando não no êxito, mas apenas na união dos proletários (o que já era uma
boa conquista), especialmente graças aos meios de comunicação. Esta união às
vezes era abalada pela concorrência entre os próprios proletários.
De todas as classes que se
opuseram à burguesia, a verdadeiramente revolucionária é a classe dos operários
(proletários). E tudo fez o proletário acreditar que as regras em geral eram
meras construções burguesas.
Entretanto é importante saber que
o proletário é um movimento independente e sua luta é de caráter nacional, não
pelo conteúdo, mas pela forma.
Agindo ocultamente, a classe
proletária explodiu numa revolução aberta e violenta “derrubando” a burguesia.
II
PROLETÁRIOS E COMUNISTAS
Os comunistas fazem prevalecer os
interesses comuns dos proletários e representam sempre os interesses do
movimento em seu conjunto. O Comunismo é a parte do Proletário que o
impulsiona. Seu objetivo é: ter o
proletário como classe, desestruturar a burguesia e conquistar o poder
político.
“Abolição da propriedade privada”. O Comunismo resume-se nesta
frase.
O capital é uma potência não
pessoal, mas social. A burguesia acha que é necessário apenas que o proletário
tenha como viver, ou seja, a subsistência. O salário mínimo? Não para o
Comunismo, ele quer abolir este caráter miserável, o caráter miserável desta
remuneração, desta exploração, desta apropriação.
Com a burguesia o passado domina
o presente, ele quer liberdade sim! Mas liberdade esta mercantil, de compra e
venda.
Já no comunismo, o presente
domina o passado e ele quer então, abolir a propriedade privada, assim como o
indivíduo burguês.
O comunismo quer tirar a
influência da classe dominante sobre a criança e sobre a mulher (olhar
possessivo) que as tem como instrumento seu. Mas os burgueses logo sentem a
pretensão dos comunistas para com a classe feminina, mas é preciso que se
enxergue que os comunistas não pretendem introduzi-las na comunidade, pois elas
sempre existiram nela, só não se usam desse direito, desse pertencer.
Os comunistas querem abolir a
Pátria? Neste caso basta apenas dizer que é a classe dominante quem dita as
idéias e os ideais para que sejam forçosamente absorvidos pela população.
O comunismo acaba com as verdades
eternas e os antagonismos devem então desaparecer. Deste modo o comunismo rompe
com as idéias tradicionais de maneira necessariamente radical.
III
LITERATURA SOCIALISTA E COMUNISTA
SOCIALISMO REACIONÁRIO
O Socialismo Feudal
A Aristocracia usou a Literatura
para conquistar a sociedade. Surgiu com isso, o Socialismo Feudal, produzindo
sempre um efeito cômico. Então, a Aristocracia se fez parecer com o Proletário,
mas na verdade era apenas uma tentativa de resgate do Feudalismo. Erraram
apenas por que esqueceram que as condições não eram as mesmas. Bateram de
frente com a Burguesia, esquecendo-se que ela era uma produção sua.
O Socialismo Pequeno-Burguês
A Burguesia arruinou a
Aristocracia feudal, mas também os moradores dos burgos medievais que foram
precursores da burguesia moderna. O Socialismo Pequeno-Burguês corresponde,
então, a classe camponesa que representa bem mais da metade da população de
países como a França, por exemplo. Esse Socialismo fez várias críticas às
modernas relações de produção. Ele queria ou o renascimento dos antigos meios
de troca e produção ou o aprisionamento das novas relações, nas antigas
relações. Sendo assim, pode ser chamado de reacionário ou utópico.
Destruiu-se numa covarde
depressão em 1888.
O Socialismo Alemão ou “Verdadeiro Socialismo”
França, época em que a Burguesia
começara sua luta contra o Absolutismo Feudal.
Através de escritos os literatos
alemães tentaram harmonizar as novas ideias francesas à velha consciência
filosófica. Os monges encobriam os Manuscritos da época, então esses literatos
alemães escreveram absurdos filosóficos por detrás dos originais franceses,
batizando, dentre outros nomes, de ‘verdadeiro socialismo’, acabando com a
literatura socialista-comunista.
Após a luta da Burguesia Alemã e
da Prussiana contra os feudais e a Monarquia Absoluta o ‘verdadeiro socialismo’
teve a ocasião de mostrar suas verdadeiras reivindicações.
Este serviu também para espantar
a Burguesia ameaçadora que se erguia. Representou uma arma dos governantes
contra a Burguesia Alemã. Serviu também para dizimar a dominação industrial e
política burguesa e da pequena burguesia, ou seja, a representação de
acumulação de capital e que influenciou diretamente para a eclosão do
Proletariado. Tudo isso favoreceu a si mesmo. Proclamou sua imparcial
superioridade diante de todas as lutas de classes.
O socialismo conservador ou burguês
Queriam uma sociedade sem lutas
de classes, sem elementos que a revolucionassem ou a dissolvessem. Era então
Burguesia sem Proletariado. Tudo isto realizado em sistemas mais ou menos
complexos, quer dizer, algo que favorecia apenas os capitalistas burgueses
(definitivamente “feitiço a favor do feiticeiro”). Uma forma menos sistemática,
porém prática. Queria que a classe operária perdesse o gosto pelo movimento
revolucionário. Utópico, não?
O socialismo e o comunismo crítico-utópicos
Queriam a melhor situação de
todos os membros da sociedade. Veem, portanto, o Proletariado como a classe que
mais sofre e a Burguesia como o melhor plano possível de se viver em sociedade.
Não queriam revoluções, mas
concordavam que para se alcançar metas era preciso, então, meios pacíficos. Sua
importância está na razão inversa do desenvolvimento histórico. Seus discípulos
procuraram conciliar os antagonismos da época.
Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição
Sua meta era alcançar os
objetivos da classe operária. Na França aliaram-se ao Partido
Democrático-Socialista contra a Burguesia Conservadora e Radical. Na Suíça,
apoiaram os Radicais, mesmo reconhecendo seus elementos contraditórios. Na
Polônia, apoiaram o Partido que desencadeou a Insurreição de Cracóvia, em 1846.
Já na Alemanha lutaram com a Burguesia contra a Monarquia.
Trabalham pela união e pelo
entendimento entre partidos democráticos e seus respectivos países, assim como
na relação com outras nações.
Suas opiniões são abertas.
Fica para nós a certeza de que o
texto é rico o suficiente para nos mostrar as bases e os caminhos mais corretos
para a compreensão real da atividade comunista, diante das diversas faces que o
capitalismo - carregado por seus burgueses gananciosos e audaciosos - usa para
continuar explorando, deste modo, podemos ter uma breve compreensão das bases
primeiras desta longa relação de classes inversas, especialmente Burgueses e
Proletários, que, segundo o texto são as classes mais antagônicas, visíveis e distintas
da sociedade, aquelas, cuja luta revolucionária, cuja manifestação “cega”, cuja
tomada de poder são sempre justificadas e explicadas, são, portanto, motivadas
e motivos, pelos quais os seres humanos alimentam, ainda, a tocha viva da
capacidade de ultrapassar obstáculos, o fogo indissolúvel da justiça e a
vontade intrínseca de lutar até vencer, mesmo que isso represente, muitas
vezes, cair no abismo mais profundo e escuro e arrastar, certamente, uma nação
inteira.
Todavia, o mais importante é que a humanidade jamais perca a vontade e
a chama da possibilidade, somente as possibilidades poderão estimular,
encaminhar e garantirem forças para que os seres humanos busquem suas devidas
melhorias, nem mesmo a esperança é viável, seu teor de sinonímia quanto ao
efeito prático já não mais surte efeito.
Certamente, a mensagem mais
importante do texto é aquela que se refere a terrível desigualdade social,
gerada pela má distribuição de renda e pela aquisição de propriedade pela
minoria e que, somente a luta organizada por parte da classe menos favorecida,
será capaz de tomar o poder, de endireitar o poder político e cravar na
simbologia da pátria uma nova realidade e que esta não seja contaminada pelas
ideologias profanadas pelos burgueses e apreendidas por nós como se fossem leis
naturais ou forjadas pelo homem.
Talvez a mensagem mais importante
do Manifesto seja aquela, cuja convocação é insinuante para a união de todos os
proletários: “Trabalhadores de todos os
países, uni-vos!”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
KARL, Marx; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Martin Claret, 2001
(Coleção Obra-Prima de Cada Autor).
JaloNunes.