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I “CAI NA REAL”
Quando se
trata de abandonar o irreal, de voltar-se ao mundo sólido e concreto, caímos na
Realidade, em outras palavras, colocamos os pés no chão. Existe, no entanto,
uma realidade que pode ser captada pela nossa percepção e outra que pode ser
captada de forma mais física, isto é, de maneira mais concreta e objetiva. Em
cada maneira de coexistência uma nova realidade é vivida.Não é correto
falar de Realidade, mas necessariamente de Realidades. Pois a concepção de
realidade depende das formas de consciência que ocorrem diante dos objetos.
Neste sentido, nota-se que o número de possibilidades do Real aumenta
gradativamente, à medida que se analisam os fatos sociais. A Realidade
não é algo dado. Ela é construída, forjada no encontro incessante entre os
sujeitos humanos e o mundo.Para
entendermos melhor a realidade é preciso que também entendamos a ideia de
verdade, não esquecendo, principalmente, que a realidade cotidiana é aquela que
mais nos influencia.
II- “NO PRINCÍPIO ERA A PALAVRA”
A Palavra, a
Linguagem é fator essencial para diferir o homem dos demais seres e lhe
conceder a humanidade. Pois, o animal está preso ao aqui e agora, já o ser
humano, é capaz de “reviver” o passado, usufruir do presente e planejar o
futuro.
É bom saber
que somos mais que corpo, nós somos também consciência.
A Nominação
faz associar o objeto a sua compreensão.
A construção
da realidade passa necessariamente pelo sistema linguístico exercido na
comunidade. É evidente que o ser humano encontra-se envolvido num mundo
simbólico e o real será sempre um produto da dialética, sendo os símbolos os
grandes edificadores deste mundo e consequentemente da construção da Realidade.
III- “A EDIFICAÇÃO DA REALIDADE”
Consideramos
a vida cotidiana como sendo a Realidade por excelência. Porém, essa
consideração advém de uma interpretação que fazemos, ainda em caráter prático.
Por que a realidade não é simplesmente construída, mas socialmente edificada.
São as diversas sociedades quem edificam suas realidades.
Já as
Instituições têm papel preponderante em reforçar a edificação da realidade. E é
através delas que a realidade passa a exercer uma coerção sobre a consciência
dos indivíduos. Mais uma vez entra a linguagem como importante fator na legitimação
das instituições. Tendo os símbolos função especial na legitimação das
instituições.
Além da
linguagem (os símbolos) e das instituições, contribui também com a edificação
da realidade, a Ideologia.
IV- “A MANUTENÇÃO DA REALIDADE”
Sozinho
ninguém constrói uma nova realidade. E os seus mecanismos de manutenção podem
ser terapêuticos e aniquiladores. Terapêuticos quando fazem com que o sujeito
em questão volte a enxergar a realidade tal qual a coletividade; e
Aniquiladores quando trata daqueles que divergem de certa realidade, estando
fora dela.A manutenção
consiste em assegurar que todos os membros da sociedade compartilhem da mesma
interpretação da realidade. Trata-se, portanto, de um controle social.Individualmente,
a manutenção pode ser feita num nível rotineiro ou num nível crítico.O rotineiro
assegura que nos movimentemos sem mudanças bruscas, havendo a interação com os
outros.
O crítico
acontece quando nos deparamos com um fato inusitado e inoportuno, que faz com
que nos sintamos obrigados a indagar sobre a realidade que nos cerca.
V- “A APRENDIZAGEM DA REALIDADE”
O processo de
aprendizagem da realidade é denominado de socialização. Esta pode ser dividida
numa fase primária ou numa fase secundária.A primária
ocorre, segundo o autor, no seio da família, inicialmente com os primeiros
sintomas de emoções e com a aquisição da linguagem. Ela alicerça todos os
demais conhecimentos.É secundária
diz respeito a tudo que vem após a primária e que introduz o indivíduo noutras
realidades. Esta se dá de maneira mais racional e planificada. Nesta fase a
realidade é mais frágil e fugaz e pode sofrer desestruturações.
VI- “A REALIDADE CIENTÍFICA”
Tudo que não
é cientificamente comprovado não merece credibilidade, eis umas das facetas do
mito da ciência.É necessário,
então, desmistificar a compreensão que temos sobre a realidade apresentada pela
ciência e seus métodos.
Pois, a
ciência constrói o real de maneira particular, são, portanto, verdades
específicas.
A realidade
mostrada pela ciência é uma realidade de segunda ordem, assegura o autor, pois
se apoia nos acontecimentos cotidianos, que seriam, seguindo este raciocínio,
verdades de primeira ordem.
VII – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é Realidade. Editora Brasiliense: São Paulo, 1994 (Coleção
Primeiros Passos).
JaloNunes.
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