DESCANSO PARA LOUCURA: outubro 2011

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fichamento - Cap. I - O que é, como surgiu?

Antes de qualquer coisa, é preciso que se aponte – ao menos por pouco tempo – o que venha a ser um Fichamento; de acordo com Bosi (2001), existem alguns tipos de Fichamentos. O mais usado é o Fichamento de citação, no qual são ressaltadas as partes mais importantes do texto lido (indicando as páginas).
Outro tipo – também muito usado, é aquele que você lê um livro ou texto e escreve comentários a respeito. Destacando trechos que julgar importantes.
Todo Fichamento deve iniciar com a referência bibliográfica do material a ser fichado, conforme abaixo:

SANTOS, Rafael José dos. Cap. I: O que é, como surgiu? In: Antropologia para quem não vai ser antropólogo - Porto Alegre: Tomo Editorial, 2005. (“Série para quem não vai ser”. I).

Disponível em:
http://www.crunchyroll.com/homo
Acesso em out. 2011.

Capítulo I: O que é, como surgiu?
Que assuntos podemos encontrar, enquanto temas da Antropologia?
Ø    Temas relativos ao meio ambiente, ao turismo, ao esporte, às organizações, à educação, à sexualidade, à nutrição, à globalização, à violência, à moda, ao cinema, à família, à internet, ao suicídio, etc. Todos numa “perfeita harmonia” com as especificidades de cada realidade.




Que é a Antropologia?
Ø    É uma ciência, o que dá aos antropólogos o título de cientistas, mais especificamente cientistas sociais. É um conjunto de teorias e diferentes métodos e técnicas de pesquisa, na tentativa de compreensão da realidade e da cultura humana em comunidade. Para isso necessita do auxilio dos estudos de campo, assim como da observação do profissional. Mas nem sempre foi assim.
 
Onde e como surgiu a Antropologia?
Ø    Segundo o texto, seus primeiros passos ocorreram aproximadamente na segunda metade do século XIX, no continente europeu, tal qual a Sociologia, ciência similar. 

Que fatores concorreram para a formação da Antropologia?
Ø    De acordo com SANTOS (2005, p. 20) “surgiu do processo de expansão do Capitalismo, mais precisamente através do colonialismo e do imperialismo das nações ricas, que estendiam seus domínios a lugares remotos do mundo”.

As buscas dos primeiros antropólogos:
Ø    Procuravam conhecer as sociedades mais exóticas, porém não coletavam seus dados de maneira direta, mas necessariamente precisavam do auxilio dos missionários e mercadores, além de militares e funcionários coloniais, que lhes forneciam as informações mais interessantes.

Os Clássicos da Antropologia:
Ø    Destaquemos A Sociedade Primitiva de Henry Lewis Morgan (1818-1881), norte-americano e O Ramo Dourado de James Frazer (1854-1941). Tais quais as obras, os autores são também clássicos e referenciais teóricos da antropologia.

Que correntes de pensamentos influenciavam os primeiros antropólogos?
Ø    A corrente Positivista, a Evolucionista e a dos Determinismos Geográfico e Biológico. Outro fator importante na influência dos primeiros “profissionais” (diga-se de passagem, uma ausência) o fator pesquisa de campo, predominante na atualidade.

Quanto ao Evolucionismo Social:
Ø    Os defensores do evolucionismo, Lamark (1744-1829) e Darwin (1809-1882), que acreditava na evolução das formas mais simples para as mais complexas e na seleção natural das espécies, respectivamente, influenciaram bastante os demais campos de conhecimento de suas épocas. Morgan usou-se do evolucionismo para justificar o desenvolvimento da humanidade em três estágios: selvageria, barbárie e civilização. Enquanto Frazer defendia três fases: magia, religião e ciência.

A influência Positivista:
Ø    Influenciado pelas ciências da natureza, surge o Positivismo, como resultado também dos esforços de Augusto Comte (1798-18567) que pensou na possibilidade de uma ciência da sociedade que se baseasse nos mesmos métodos de observação das ciências naturais. Comte denominou esta nova ciência de Sociologia, (Santos, 2005, p. 24) e este pensamento marcou profundamente o desenrolar da Antropologia.

Ainda de acordo com Comte, o homem passara por três fases: teológica ou factícia, metafísica ou abstrata, científica ou positiva, leia-se mitologia, filosofia e ciência.
Porém, com o passar dos tempos, os estudiosos da sociedade perceberam a ineficácia quando se estudava a sociedade da mesma forma que se estuda a natureza. E todas essas atribuições dadas por todos esses estudiosos, anteriormente citados, passaram a ser questionadas pela Antropologia.

A ideia de Meio e raça, como agem no indivíduo?
Ø    Usando-se de um “determinismo geográfico”, a ideia de que o “homem é produto do meio”, foi usada durante muito tempo por geógrafos e antropólogos para explicar a variedade cultural e a “superioridade” de uma sobre outra. Porém, mais tarde isso foi superado, e a Antropologia mostrou que podem conviver diferentes indivíduos e com culturas distintas, em uma mesma comunidade. Já o “determinismo biológico” pretendeu explicar o aguçamento evolutivo de uma raça sobre a outra. A Antropologia explicou contrariamente que, o que faz uma raça parecer inferior à outra, é fato de que esteve ou não associada à práticas de subalternização ou inserida em contextos de escravidão, por exemplo.

Quanto à Cultura:
Ø    Seguindo o raciocínio de Laraia (1988, p. 100), o autor aponta que existem duas formas básicas de metamorfoses culturais: uma interna e outra externa [a globalização é um exemplo de mudança e influência externa] (LARAIA apud SANTOS, 2005, p. 30).

Ainda define cultura como um conjunto de comportamentos, saberes e saber-fazer característicos de um grupo humano ou de uma sociedade dada, sendo essas atividades adquiridas através de um processo de aprendizagem, e transmitidas ao conjunto de seus membros (Idem, p. 120).

Etnocentrismo: julgamento próprio para o desconhecido:
Ø    O Etnocentrismo define-se como uma prática que dificulta o indivíduo quando em contato com a cultura externa, diferente, uma vez que, impede a compreensão e aceitação de outros valores externos. Nossos valores culturais, estão incutidos bastante profundos e impedem que nos relacionemos ou nos identifiquemos com costumes alheios ao nosso mundo.

A importância do estudo da Antropologia, neste aspecto, está em relativizar esses costumes e práticas (nossos e dos outros), de maneira a tolerarmos outras atitudes culturais.

Finalizando:
Notamos a trajetória feita pela Antropologia, de acordo com seus momentos históricos e suas respectivas mudanças. Às vezes fortemente atrelada e influenciada por outras tendências de pensamento, mas sempre em busca da superação e aperfeiçoamento de seus métodos de estudo e de compreensão da realidade. Desvendando enigmas, quebrando tabus e escrevendo sua própria história; favorecendo a compreensão de nós mesmos pelas coisas que realizamos e formas culturais que praticamos, na comunidade.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Jardin des Tuileries - Paris/França

Roda Gigante nas imediações do
Jardim.
"O Jardin des Tuileries é um dos mais visitados de Paris graças à sua localização central entre o Louvre e a Place de la Concorde. As such the Tuileries are part of a grand central axis leading from the Louvre all the way to La Défense, the city's business district. No início do século XVI a área foi uma pedreira de argila para telhas (Tuilerie em francês, daí o nome). After the death of her husband Henri II in 1559, Catherine de Médicis had a Palace built at the tuileries, the Palais de Tuileries. Após a morte de seu marido Henri II em 1559, Catherine de Médicis tinha um palácio construído no Tuileries, o Palais de Tuileries. The palace featured a large garden in Italian style, reminding her of her native Tuscany. O palácio contou com um grande jardim em estilo italiano, lembrando-a de sua Toscana natal.In the early 16th century the area was a clay quarry for tiles (tuilerie in French, hence the name).

Texto extraído de: http://www.aviewoncities.com/paris/tuileries.htm; acesso em: outubro/2011.
Fotos por: JaloNunes; Alex Barbosa.
          
Placa alusiva a indicação do Jardin des Tuileries - França/Paris.


SP, PB e AL - Jardin des Tuileries - França/Paris.

Escultura de animais - Jardin des Tuileries - França/Paris.

Animais ferozes em escultura - Jardin des Tuileries - França/Paris.

Escultura - Jardin des Tuileries - França/Paris.

Escultura - Jardin des Tuileries - França/Paris.




Escultura - Jardin des Tuileries - França/Paris.




Jardin des Tuileries - França/Paris.

Jardin des Tuileries - França/Paris.



Jardin des Tuileries - França/Paris.

sábado, 8 de outubro de 2011

Conto: O Comedor de Madrugadas

'Entre laços e relações...
...desarmoniosas'.
Conto premiado no evento: III Concurso Prosa e Verso Adalberon Cavalcanti Lins, na categoria Prosa; realizado pela Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes - APALCA; em 2008.

No princípio, o céu e a terra eram extremamente ligados, ainda mais que hoje em dia, por seres, chamados na atualidade, de sem matéria e/ou sobrenaturais.  Essa ligação dava-se devido ao apelo que era feito a tais seres, sendo eles, portanto, sempre requisitados para fazerem parte do cotidiano solitário dos humanos. Esses humanos, terráqueos, de uma fragilidade extrema quanto ao espírito, isto é - a alma - sentiam-se e ainda sentem-se mais amparados quando se submetem a força ou a “proteção” dos elementos sobrenaturais, sejam eles deuses, demônios, ou até seres que hoje em dia podemos chamar mitológicos.
No princípio, após a decisão de um deus supremo, as noites e os dias eram extremamente divididos, havia, portanto, uma forte ruptura, um decepamento profundo e decisivo entre noite e dia. Este último era desfrutado pelos homens e mulheres vivos e todos os demais seres viventes, sendo que os humanos tinham a capacidade e a necessidade de servir frequentemente aos seres espirituais.
O dia propiciava a criação de animais, o cultivo de vegetais, a convivência direta ou indireta entre seres humanos, enfim, a busca pela sobrevivência acontecia desde o amanhecer até o momento em que o Sol começava a se “esconder”. Este era, com isso, representante direto da fruição da vida e protetor incondicional dela. Por isso, os “dias sem Sol ou de pouco Sol” eram entendidos como um avanço do noturno sobre o dia, uma extensão gulosa e mesquinha, além de amedrontadora, da noite. E se alguém tivesse pecado contra os deuses, por exemplo, isto era entendido como uma ferrenha punição e logo se procurava corrigir o erro. Logo, estes dias extremamente nublados eram vistos como uma comichão da noite sobre o dia, uma conquista do anoitecer escuro sobre a luz vital.
Se o dia era refúgio e reinação dos seres humanos, animais e demais seres vivos, por outro lado a noite era, não refúgio, mas, castigo ou também “privilégio” dos seres sobrenaturais, não humanos, desencarnados. Alguns, ou talvez quase todos, decapitados ou excluídos do dia, da vida, outros, mais poderosos vindos de lugares até inimagináveis.  Porém, os humanos, de acordo com as experiências, se incumbiam de classificar tais espíritos e dar-lhes as devidas importâncias ou desprezos extremos.
Os não humanos eram atemporais e não respeitavam limites ou regras, eram então, capazes de ultrapassar barreiras enormes e profundas, com exceção daquela que leva ao “Objetivo Maior” e proporciona eternidade e liberdade plena.
Por esses e outros motivos, antigamente os seres humanos não ousavam ultrapassar os limites do dia para fazer coisa alguma. O Pôr - do - sol representava um fechamento, um encerramento em todas as atividades humanas. Guardados em casa ou qualquer outra espécie de moradia, esperavam apenas o dia seguinte para recomeçar sempre.
Porém, tudo sofre transmutação e as coisas mudaram com o passar do tempo e quanto ao dia e a noite não foi diferente. Apareceram outras formas de viver, de acumular bens, de inventar máquinas, utensílios e “objetos essenciais”, armas, formas de proteção e uma infinidade de outras conquistas e descobertas. Os humanos começaram a forjar outros “valores”, inclusive desintegradores dos tradicionais e a burlar certas regras. No “auge” de suas civilizações perderam quase todos os valores e se entregaram as tecnologias, desrespeitaram as religiões, os credos, a própria família, a consideração a si mesmo e aos demais seres humanos ou não, animais ou plantas, enfim, a todo o Universo.
Não bastasse tudo isto e muito mais, os humanos ultrapassaram os limites existentes entre dia e noite, avançaram sobre o Pôr – do - Sol e descobriram a vida em meio à escuridão da noite artificialmente iluminada. Possibilitaram, com isso, uma mistura ainda maior entre o espaço do humano e o espaço das criaturas sem rumo, que tinham a escuridão da noite e com a invasão nem mais isso lhes era garantido plenamente. O homem, então, facilitou a abrangência de reinação e exploração dos espíritos, desrespeitou os valores, as leis, as regras e ignorou os limites da vida incrustada na morte, dando plena e total “liberdade” aos espíritos.
Não houve mais discernimento entre dia e noite. O homem excepcionalmente achou que havia dominado ambas as fases do tempo e não se deu conta que, na verdade, cedeu seu espaço exclusivo – aquele iluminado - para os dominadores da escuridão.
No princípio, o tempo de permanência da noite era enorme, de maior extensão que o dia, só que se tornava menor enquanto os seres vivos dormiam na esperança de que os espíritos (os deuses e os demônios, além de outros insignificantes) não anulassem o dia e o tornassem ainda mais curto, enquanto a pérfida noite avançaria e acorrentaria eternamente.
Mas, como já foi dito, as coisas mudaram, o tempo mudou muito e especificamente um demônio ou para os simpatizantes um deus, se revoltou contra o avanço do humano sobre a noite. Por que o ser humano além de dominar o dia deveria dominar também a noite ou todo o tempo? Então, esse ser, passou a odiar as atividades humanas, a quebra de limites e a invasão sobre os domínios escuros.
Porque no princípio, na verdade, tudo era escuridão. Tudo era noite e não existia dia, nem luz. Entretanto, um deus superior ordenou e criou um semideus, foi este que passou a odiar a invasão humana e que posteriormente recebeu o nome de Comedor de Madrugadas, visto que, fora criado para consumir a escuridão e assim criar espaços para a luz, para a ocorrência do dia. Esta criatura, demônio para alguns, deus para outros, passou a realizar tal tarefa também em nome da absolvição de um castigo que lhe fora atribuído, mas no fundo ele libertava e proporcionava a criação da vida a partir do favorecimento da luz.
E assim, com o passar do tempo, o devorador da escuridão, da noite plena, passou a regular sua abrangência de devastação da negritude, diante da rotação do tempo, de modo que estabeleceu uma medida quase exata à divisão do dia e da noite. Logo, o findar do dia representava exatamente o começo do existir da noite, enquanto representava também o início do consumo da noite pelo Comedor de Madrugadas, até o ponto em que ela não mais existia e a luz voltava a brilhar. Era dia!
Só que, por causa do avanço desordenado do homem sobre a noite, suas manipulações e tantos outros prejuízos que a ela causou, fizeram com que o Comedor de Madrugadas se revoltasse e, seguindo o exemplo dos humanos, rompeu e desrespeitou os limites, as regras, as leis e os estabelecimentos de ordens naturais e sobrenaturais.
Ele passou então, a devorar cada vez mais a noite, sem com isso proporcionar luz (devido ao horror) nem abertura para a bondade e assim a tornou pequena demais para que o humano pudesse descansar, repousar ou simplesmente dormir. Por isso, o Comedor de Madrugadas não devora, isto é, não absorve mais a noite regularmente como estava ordenado, mas a sorve sempre que sente-se prejudicado pelo homem e seus inventos excêntricos.
O Comedor de Madrugadas estourou todos os limites estabelecidos pelo deus superior e pelos humanos, porém não foi mais castigado ou punido, porque apresentou e acusou o humano como réu na quebra das leis e dos valores, até as do tempo e assim foi absolvido plenamente e ganhou liberdade para explorar trevas ou luz sempre que quisesse, sendo que, com isso, diminuía cada vez mais a liberdade do humano para aproveitar o tempo, já que este perdeu o pouco domínio que detinha sobre o mesmo, ou seja, o domínio para viver essencialmente e naturalmente.
O buraco no qual a humanidade se jogou é profundo e talvez extremamente irreversível, pois para muitos homens não mais há diferenciação entre dia e noite e para a grande maioria dos seres humanos quebrar regras e limites é natural, comum. A civilização encarnou que desrespeitar e dilacerar valores edificados outrora, além de subestimar e esgotar a natureza é coisa simples e inconsequente, quer dizer, não causa danos a nenhuma das partes. Engana-se, porque tudo que é feito, isto é, tudo que se efetiva através de uma ação, mais tarde, trará uma reação (esta poderá ser positiva ou  não presumível).
No futuro, este chegará ainda mais certo que o presente, os humanos se darão conta que se perderam em meio às deturpações, os dilaceramentos e os prejuízos causados a ele mesmo, a natureza e a todo o Cosmo. Talvez o Comedor de Madrugadas se torne apenas uma lenda, um mito, porém, terá sem dúvida, deixado seu rastro de destruição em nome da pouca fidúcia, da falta do mínimo de respeito ao mundo como um todo, e da estereotipação do humano por ele mesmo. E então, os homens não se perguntarão ou se preocuparão em estudar ou querer descobrir os seres extraterrestres, uma vez que, felizmente ainda conservarão a lucidez e o discernimento entre terrestre e não terrestre, entre humano e não humano, pois chegarão ao estágio de desumanidade e se darão conta que eles mesmos são os extraterrestres, pois aniquilarão a terra e serão indignos de pertencer a ela.
JaloNunes.

Cenas e tramas alusivas ao Comedor de Madrugadas.




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