SINGER,
Paul. Curso de Introdução à Economia
política. 17 ed. RJ: Forense Universitária, 2004.
O CAPITAL E O
CAPITALISMO EM
PERSPECTIVA HISTÓRICA
Ø “O
capital é, na verdade, muito mais antigo que o capitalismo na história da
humanidade”. (p. 132)
Ø “Até
determinado momento, os produtores mesmos se davam ao trabalho de levar seus
produtos ao mercado e aí realizar as transações de compra e venda necessárias
ao prosseguimento de sua atividade produtiva”. Idem
Ø “O
que fez do comerciante um capitalista é exatamente o fato de que, embora não
seja um produtor direto, ele participa do produto”. Idem
Ø “Restaria
então o comerciante puro, unicamente engajado em comprar e vender. Seu ganho
resulta, nesse caso, da diferença entre o preço pelo qual compra as mercadorias
e o preço pelo qual as vende. A relação entre o lucro é unitário e o preço de
venda constitui a margem de lucro. O lucro total resulta: da margem de lucro;
do valor das transações e do número de transações”. (p. 132/133)
Ø "Para
o marginalismo, o capital é representado pelo conjunto de recursos materiais ou
mentais que permitem ao homem elevar sua produtividade”. (p. 133)
Ø Para
os marginalistas não interessa quem se apropria do capital: o produtor ou outra
pessoa qualquer.
Ø “Mas,
para os marxistas este é o problema crucial, pois o capital não é constituído
‘por coisas’, mas por uma relação social” (p. 134)
Ø A
penetração do capital no processo produtivo pode ser representada pelo salário.
Ø
“Na
altura em que surge o capital comercial como um elemento expressivo no quadro
econômico, as trocas mercantis já atingem necessariamente grande amplidão (...)
o que significa que elas são também necessariamente monetárias”. Idem
Ø “A
existência da moeda dá lugar a uma outra espécie de capital de circulação: é o
capital financeiro, que surge primeiro sob a forma de capital usuário”. (p.
135)
Ø “Os
juros são proporcionais ao montante emprestado e ao tempo que durar o
empréstimo. Os ganhos do usuário dependem, portanto de 3 elementos: taxa de
juros; do valor do capital usuário e do tempo que durar o empréstimo” (p.
135/136)
Ø “O
lucro do capital usuário em cada rotação, isto é, em cada operação de crédito,
é tanto maior quanto mais tempo ela levar”. (p. 136)
Ø “O
capitalismo só surge como modo de produção no século XVI, na Europa, sob a
forma de manufatura”. (p. 137)
Ø “A
Revolução Industrial inaugurou, a partir do último quartel do século XVIII, uma
nova fase na história do capitalismo: a máquina”. (p. 138)
Ø “As
novas técnicas de produção são tão superiores em relação às antigas, que o
pequeno empreendedor acaba sendo totalmente expulso de um ramo após outro”. Idem
Ø “Para
que o capitalismo se apoderasse de todos os ramos de produção, foi necessário o
triunfo político do Liberalismo para que a máquina, sob a forma de capital
industrial, pudesse penetrar em todas as esferas da vida produtiva,
revolucionando a técnica, arregimentando os produtores e expandindo de modo
notável a escala de produção”. (p. 139)
Ø “A
produção de novas técnicas, que inicialmente era o resultado natural do
trabalho do artesão ou então constituía atividade especializada do inventor
individual, passou a constituir a atividade de grandes equipes de especialistas
diretamente sob o comando do grande capital”. (p. 140)
Ø
“Uma
das características do capitalismo monopolista é de que, nos mercados
oligopólicos, os ganhos de produtividade não acarretam, em geral, queda dos
preços dos produtos, como costuma ocorrer em mercados concorrenciais”. (p. 141)
Ø
“Argumenta-se
que, como resultados dos avanços técnicos, deu-se uma segunda revolução
industrial, da qual surgiu um capitalismo pós-industrial. O ponto de ruptura
entre o antigo capitalismo industrial e novo capitalismo pós-industrial teria
sido a invenção do computador e do servomecanismo”. Idem
Ø
Servomecanismo
é uma espécie de minicomputador, que é adaptado a diversas máquinas e as
controla.
Ø
“Ao
homem sobrou a tarefa de vigiar e supervisionar a máquina. Aparentemente ele
perdeu esta função para o servomecanismo”. (p. 142)
Ø “A
aplicação prática da automação é ainda incipiente em
países capitalistas, mesmo nos países adiantados, porque os que dominam o
processo produtivo têm de fato muito menos entusiasmo pela automação do que
professam em público”. (p. 143/144)
Ø
O
alto grau da automação ameaça a produção de mais-valia, já que afasta do
processo produtivo o trabalho vivo.
Ø “Nos
países capitalistas mais adiantados, o trabalho científico que levou ao
desenvolvimento dos computadores e da maioria dos processos automáticos, foi e
é financiado, em geral, por recursos públicos tendo por objetivo a invenção de
armamentos”. (p. 144)
Ø “O
capitalismo está esgotado em seu papel histórico: tendo surgido como um modo de
produção que revolucionou a técnica de modo contínuo e sistemático, ele elevou
os níveis de produtividade do trabalho humano a níveis nunca antes sonhados”.
(p. 145)