A capital francesa, Paris, é mesmo fantástica! É verdade que não é uma cidade perfeita, se esta existe eu não a conheço. Mesmo porque nas cidades tidas como paradigmáticas, icônicas, ainda assim podem se encontrar pessoas em situação de pobreza, de mendicância, de alienação, de subalternidade; lixo nas ruas, desgraças e violência, principalmente no entorno. É também verdade que as autoridades se esforçam para manter o centro de cidades, como Paris, numa inclinação ao perfeito, agradável, harmonioso e encantador, principalmente para que os visitantes desatentos - pouco inquietos - não encontrem a realidade escondida num glamour, às vezes forjado.
Lindas avenidas, muitos cafés, muitos turistas, carros novos (só lançamentos e do ano), monumentos, museus, etc. tudo isso pode ser visto em praticamente todas as capitais europeias; mas os cemitérios parisienses (pelo menos os 2 que visitei), são as obras mais genuínas e fascinantes, vistas por quem gosta do diferente; nem mesmo o Louvre e a Torre Eiffel me deixaram tão compensado.
É bem verdade que a ideia de visitar os cemitérios não partiu de mim, mas de alguém um pouco mais alternativo do que eu. Eu apenas o acompanhei e não me arrependi.
Os dois cemitérios visitados possuem um layout e uma distribuição dos túmulos fantástica! São simplesmente belíssimas cidades para os mortos; de uma arquitetura arrojada, digna dos grandes mestres.
E neste cemitérios podem se encontrar os túmulos de figuras ilustres, muitos destes contribuíram para os rumos da história mundial.
No cemitério du Père Lachaise podem se contemplar os túmulos de: Amedeo Modigliani (artista plástico e pintor italiano), Honoré de Balzac (escritor francês), Auguste Comte (filósofo francês - criador do Positivismo), Oscar Wilde (escritor irlandês), Eugène Delacroix (pintor francês), Pierre Bourdieu (sociólogo francês), Jim Morrison (músico), Allan Kardec (codificador do Espiritismo), dentre tantos outros.
As fotos são de: Alex Barbosa/Wécio Pinheiro/ JaloNunes.
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Mapa do Cemitério. |
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"Vendo-te em pedra, poderei sedimentar teu coração". |
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"Repousemos um ao lado do outro; igualemos nosso passado". |
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"Que espelho nos consolará?" |
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Oscar Wilde - os beijos na "pedra" são dos seus eternos seguidores. |
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"A vida aí fora me convida ao retorno". |
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"Só repouso aqui fora, porque não posso - ainda - adentrar-te". |
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"Que eu chore enquanto vida tiver". |
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Os musgos e os corvos, os gatos e os vivos são um bom complemento. |
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"Raízes ao ar; copa ao chão". |
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"Ao teu início; ao teu fim." |
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"Que eu tombe em tempo; mas não pereça minha obra". |
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Jazigo de Honorè Balzac. |
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Mausoléu de Eugène Delacroix. |
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Túmulo de Allan Kardec. |
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Allan Kardec e a mão de uma "filha". |
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Sepultura de Jim Morrison e "os cigarros ainda acesos". |
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Túmulo de Auguste Comte |
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"Ainda pinto porque isso me torna vivo". |
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"Se assim espero? Sim....o meu conforto é tua dormida eterna". |
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"Que mais elevado esteja...o cálice de meu passado". |
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"Se não me permites o retorno...que me seja dada uma companhia". |
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"Pensar....eis o que me leva a viver". É? |
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"Sob a sombra de vivos, descansa um morto: ó loucura"! |
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"Que o sol aqueça o que me cerca...e não me toca porque não o sinto". |
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"Repitamos o sacrifício, mas não sejamos imitadores, simplesmente!" |
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"Se em mim são reluzentes os túmulos dos demais; é porque em mim reflete a morte". |
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"Tombar em superfície é uma inclinação do que não se vê?". |
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Túmulo do pintor Amedeo Modigliani. |
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Uma convidativa Cidade para os mortos. |