DESCANSO PARA LOUCURA: maio 2011

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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cemitério: du Père Lachaise - Paris/França

A capital francesa, Paris, é mesmo fantástica! É verdade que não é uma cidade perfeita, se esta existe eu não a conheço. Mesmo porque nas cidades tidas como paradigmáticas, icônicas, ainda assim podem se encontrar pessoas em situação de pobreza, de mendicância, de alienação, de subalternidade; lixo nas ruas, desgraças e violência, principalmente no entorno. É também verdade que as autoridades se esforçam para manter o centro de cidades, como Paris, numa inclinação ao perfeito, agradável, harmonioso e encantador, principalmente para que os visitantes desatentos - pouco inquietos - não encontrem a realidade escondida num glamour, às vezes forjado.
Lindas avenidas, muitos cafés, muitos turistas, carros novos (só lançamentos e do ano), monumentos, museus, etc. tudo isso pode ser visto em praticamente todas as capitais europeias; mas os cemitérios parisienses (pelo menos os 2 que visitei), são as obras mais genuínas e fascinantes, vistas por quem gosta do diferente; nem mesmo o Louvre e a Torre Eiffel me deixaram tão compensado.
É bem verdade que a ideia de visitar os cemitérios não partiu de mim, mas de alguém um pouco mais alternativo do que eu. Eu apenas o acompanhei e não me arrependi.
Os dois cemitérios visitados possuem um layout e uma distribuição dos túmulos fantástica! São simplesmente belíssimas cidades para os mortos; de uma arquitetura arrojada, digna dos grandes mestres.
E neste cemitérios podem se encontrar os túmulos de figuras ilustres, muitos destes contribuíram para os rumos da história mundial.
No cemitério du Père Lachaise podem se contemplar os túmulos de: Amedeo Modigliani (artista plástico e pintor italiano), Honoré de Balzac (escritor francês), Auguste Comte (filósofo francês - criador do Positivismo), Oscar Wilde (escritor irlandês), Eugène Delacroix (pintor francês), Pierre Bourdieu (sociólogo francês), Jim Morrison (músico), Allan Kardec (codificador do Espiritismo), dentre tantos outros.

As fotos são de: Alex Barbosa/Wécio Pinheiro/ JaloNunes.

Mapa do Cemitério.
"Vendo-te em pedra, poderei sedimentar teu coração".
"Repousemos um ao lado do outro; igualemos nosso passado".
"Que espelho nos consolará?"

Oscar Wilde - os beijos na "pedra" são dos seus eternos seguidores.

"A vida aí fora me convida ao retorno".
"Só repouso aqui fora, porque não posso - ainda - adentrar-te".

"Que eu chore enquanto vida tiver".

Os musgos e os corvos, os gatos e os vivos são um bom complemento.
"Raízes ao ar; copa ao chão".
"Ao teu início; ao teu fim."
"Que eu tombe em tempo; mas não pereça minha obra".
Jazigo de Honorè Balzac.

Mausoléu de Eugène Delacroix.

Túmulo de Allan Kardec.
Allan Kardec e a mão de uma "filha".
Sepultura de Jim Morrison e "os cigarros ainda acesos".
Túmulo de Auguste Comte

"Ainda pinto porque isso me torna vivo".
"Se assim espero? Sim....o meu conforto é tua dormida eterna".

"Que mais elevado esteja...o cálice de meu passado".
"Se não me permites o retorno...que me seja dada uma companhia".


"Pensar....eis o que me leva a viver". É?

"Sob a sombra de vivos, descansa um morto: ó loucura"!

"Que o sol aqueça o que me cerca...e não me toca porque não o sinto".

"Repitamos o sacrifício, mas não sejamos imitadores, simplesmente!"

"Se em mim são reluzentes os túmulos dos demais; é porque em mim reflete a morte".

"Tombar em superfície é uma inclinação do que não se vê?".

Túmulo do pintor Amedeo Modigliani.

Uma convidativa Cidade para os mortos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Artigo I - Seguindo os passos de Graciliano Ramos em Caetés


Palmeira dos Índios na década de 30;
Disponível em:
www.gracilianoramos.hpg.com.br
Para quem gosta da temática - memória - eu e Ana Paula (assistente social); orientados por uma excelente professora, realizamos um projeto em Palmeira dos Índios/AL e fizemos um trabalho de resgate da memória fotográfica e contada desta histórica cidade. E dentre outras coisas importantíssimas, tal pesquisa rendeu um artigo, que foi publicado pela revista da faculdade de letras da UFGD. Confiram no link abaixo. Obrigado.
Em: http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/588

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Poesia - Beijo Sonhado

Disponível em: aumagic.blogspot.com
Quando a noite chegar
Fecharei "os olhos da disposição"
E abrirei "os olhos da paixão".

Sob a brisa fria
Que entra pelas frestas do telhado sem pedir permissão
E sob a luz do luar
Que embala o meu sonho de amor:

Pensarei intensamente no seu rosto lindo
No seu sorriso, tão belo quanto o nascer do sol
E nos seus lábios, doces como mel
Oscilantes de desejos.

Ah...que noite maravilhosa terei!
Pois sua imagem em mim
Será tão forte quanto no amanhã

Quando cruzarei com você na rua
Olhar-te-ei e dar-te-ei um sorriso apaixonado e verdadeiro
E esperarei pelo destino
Para que ele cruze os nossos caminhos
Assim como cruzam-se as pétalas do cravo
Olhando para as rosas que com ele estão
No jardim do amor.JaloNunes.

Mensagem de Boas Vindas


Imagem disponível em:
www.nosrevista.com.br
Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente! 
 
Florbela Espanca



Disponível: http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v314.txt
Acesso em: 26/05/2011, às 20:05 min.


Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa a ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!


Poemas Selecionados, de Florbela Espanca.

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