O que é Falácia?
A Falácia é um tipo de raciocínio
incorreto, embora tenha a aparência de correção. É conhecida também como Sofisma ou Paralogismo, e alguns estudiosos fazem a distinção entre eles,
dando ao Sofisma o sentido pejorativo decorrente da intenção de enganar o
interlocutor, enquanto no Paralogismo não haveria essa intenção.
As
Falácias podem ser Formais, quando
contrariam as regras do raciocínio correto, e Não – Formais, quando os erros decorrentes da “inadvertência ou falta de atenção ao nosso tema, ou então por que somos
iludidos por alguma ambiguidade na linguagem usada para formular nosso
argumento” (COPI Apud ARANHA; MARTINS, 1993, p. 83). Porém, aqui daremos atenção
as falácias não-formais.
FALÁCIAS
NÃO – FORMAIS[1]
Estas
são bastante comuns na vida diária.
Muitas falácias decorrem do fato de algumas premissas serem irrelevantes
para a aceitação da conclusão, mas são usadas com a função psicológica de
convencer, mobilizando as emoções como medo, entusiasmo, hostilidade ou
reverência.
As falácias não - formais
podem ocorrer tanto da falta de atenção ao assunto quanto a partir da
inconsistência e veracidade do mesmo.
Em suma, o que confere tal
raciocínio falacioso é a limitação da linguagem, a ambiguidade da linguagem, a
aparência errada de certos significados e a própria linguagem natural que é
imperfeita e cheia de possibilidades, que nem sempre são corretas e
verídicas. Muitas vezes certas frases ou
conceitos não são suficientemente esclarecidos ou são empregados com sentidos
diferentes nas diversas etapas da argumentação, estes diversos estágios fazem
com que as falácias sejam usadas de forma constantemente e encoberta, tornando
as argumentações das pessoas quase sempre falaciosas e mais, muitas vezes, sem
se darem conta.
Analisemos então, os seguintes tipos de falácias; seus
empregos e o que deve ser feito para evitá-las, a partir do momento em que se
der conta que se trata de um raciocínio falacioso.
FALÁCIAS
DE IRRELEVÂNCIA: Este
tipo de falácia tem uma característica comum: são argumentos cujas premissas
não são logicamente relevantes para a conclusão que delas se pretende derivar.
As falácias deste tipo - muito comum - perecem argumentos persuasivos e,
frequentemente, iludem quem não está atento e confunde relevância psicológica e
relevância lógica.
São elas:
Falácia
Ad Baculum (ou Recurso à Força).
São aquelas onde a falta
de argumentos racionais faz com que haja um apelo a ameaça ou até mesmo da
força para a aceitação da conclusão.
EXEMPLOS:
- - As promoções da minha empresa sou eu
quem as decido e quem se manifestar contra será imediatamente despedido.
Há alguém que discorda das minhas palavras?
- - É claro que é correto afirmar
isto. Se não concorda podemos resolver de outra forma.
- - Ao longo dos tempos, tem-se
dado ampla evidência da verdade da Bíblia. Todos os que rejeitam a aceitar
esta verdade irão queimar no inferno.
- - Você deve concordar com o que
eu digo. Eu sei onde você mora e você sabe que sou lutador profissional.
- O cabo eleitoral de um partido
político, quando recorda um deputado que ele representa e manobra a seu
bel-prazer tantos milhares de votos, no seu distrito;
- Herry Hopkins, “no encontro dos
três grandes” ele conta que Chuchill sugeriu ao Papa que determinado curso
seria a ação correta.
Deve-se
identificar a ameaça da proposição e daí deve-se argumentar que tal ameaça não
tem nada a ver com o objetivo proposto. Uma vez que, nem sempre isto justifica aquilo.
Falácia
Ad Hominem (ou Contra a Pessoa).
Ocorre quando alguém tenta
refutar o argumento de uma outra pessoa atacando não o argumento, mas sim a
pessoa. Ocorre, portanto, um ataque pessoal, enfim reprova-se ou desacredita-se
alguma ou algumas características da pessoa, utilizando-as como meio de
refutação das suas, opções.
EXEMPLOS:
1. O raciocínio do Felisberto, a respeito
do sistema educativo, não tem fundamento nenhum por que ele é defensor do
aborto; pudera, essa perspectiva sobre a Constituição Europeia não é manifestamente
aconselhável em virtude de ter vindo de um sportinguista.
2. Você clama que defensores de baleias
podem ter moral elevada, mas descobri que você surra sua mulher.
3. Você acha então que devemos fechar o
congresso? Stalin estaria de pleno acordo com você.
4. É perfeitamente aceitável matar
animais para comer, e você deve aceitar este fato, uma vez que você beneficia
do uso de bolsas feitas com couros deles.
5. Claro que você irá argumentar que
discriminação racial é bobagem. Afinal, você é branco!
Deve-se
identificar que o ataque, seja ofensivo ou circunstancial, está se baseando não
no argumento, mas essencialmente usando-se de caracteres referentes ao
interlocutor e assim não há sustentação deste ataque.
Falácia Ad Ignorantiam (ou da
Ignorância)
Ocorre quando se argumenta que uma proposição é
verdadeira por que não foi provada que é falsa ou falsa por que não foi provada
que é verdadeira. Uma vez que a não existência de prova revela que nosso
conhecimento é limitado, que o método científico não é bem sucedido na
resolução de todo problema.
EXEMPLOS:
- Uma série de investigação do FBI
não consegue juntar provas que o senhor x é comunista, seria errôneo
concluir disso que essa investigação não tirou o FBI da sua ignorância a
tal respeito.
- Claro que a Bíblia é verdadeira.
De que outra forma podemos provar o fato em discussão?
- Claro que telepatia e outros
fenômenos psíquicos não existem. Há um prêmio de um milhão de dólares
sendo oferecido para quem provar a existência de algum fenômeno deste
tipo, e até agora ninguém se candidatou a ganha-lo.
- Ninguém ouve falar de Marcos já
há dez anos, e não há qualquer evidência de que esteja vivo. Portanto,
devemos concluir que esteja morto.
- O saci não existe. Você pode
provar?
É
necessário fazer uma análise das proposições em questão e, argumentar que o
fato de poder ou não provar certo argumento não implica que seja verdadeiro ou
falso.
Falácia
Ad Misericórdiam (ou da Misericórdia)
É
quando se tenta estabelecer a validade da conclusão apelando para a compaixão.
Acontece quando alguém argumenta recorrendo a sentimentos de piedade e de
compreensão por parte da audiência de modo a que a conclusão ou afirmação
defendida seja provada
EXEMPLOS:
- Mas professor, eu preciso tirar
uma nota alta. Se eu aparecer em casa com uma nota assim tão baixa, minha
mãe poderá sofrer um ataque cardíaco.
- O jovem que matou seus pais a
machadadas. Diante de provas esmagadoras, solicitou a piedade do tribunal
na base de que era órfão.
Mais
uma vez identifica-se que se trata de forte apelo à misericórdia, pois se
coloca num estado lastimoso e de pena, deve-se, entretanto, mostrar a realidade
dos fatos, a fim de desmoronar o forte e inconsistente apelo ao dó.
Falácia
Ad Populista (ou Falácia Populista)
Essa falácia se comete ao
dirigir um apelo emocional ao povo ou galeria para conquistar o que se quer e
uma conclusão que não é sustentada por boas provas. È a tentativa de ganhar a
concordância popular para conclusão, através do entusiasmo da multidão.
EXEMPLOS:
- Shakespeare na oração fúnebre de
Marco Antônio sobre o corpo de Júlio César.
- Querem a mudança ou a
continuidade em segurança? Eles vão aumentar os impostos, votem em mim!
- A propaganda deve ser banida,
pois trata-se de violência contra a mulher.
- Por milhares de anos as pessoas
vêem acreditando em Jesus e na Bíblia. Essa crença tem sido um grande
impacto em suas vidas. O que mais evidente você precisa para que Jesus
seja filho de Deus? Você está tentando dizer a essas pessoas que elas são
tolas?
Argumente
que há uma forte intenção de inserir uma determinada tese que, na verdade não
justificaria o que está sendo colocado e, assim correlacione tal tese ao
objetivo que está sendo proposto, deste modo, invalidando-a.
Falácia
ex Populum (ou Falácia Demagógica)
Tenta imprimir determinada
tese, usando-se da idéia de que uma grande maioria de pessoas a aceita e deste
modo ela é valorativa.
EXEMPLO:
- O aborto deveria ser legalizado,
pois a grande maioria das pessoas de baixa renda é a favor.
Mostre
que a idéia de certas pessoas serem de baixa renda e consequentemente a favor
do aborto, não implica que ele seja legalizado, pois se trata de apenas uma
parcela da população que “justifica” um problema de todos.
Falácia
ad Verecundiam (ou Falácia da Autoridade)
É o recurso à autoridade,
isto é, ao sentimento de respeito que as pessoas alimentam pelos indivíduos
famosos para granjear a anuência a uma determinada conclusão.
EXEMPLOS:
1.
O Figo, um dos melhores jogadores de futebol, bebe Coca-Cola. Logo, para ser
bom jogador devo beber coca-cola. O Tiago, jogador do SLB, faz as suas compras
no Continente. Logo, é lá que eu vou fazer as minhas.
- Devemos acreditar neste governo.
Fulano de tal é um grande Gênio e acredita no Presidente do País.
- Isaac Newton era um gênio e
acreditava em Deus.
- Hawking concluiu que os buracos negros
desprendem radiação.
Faça
com que a ideia proposta seja esmiuçada, isto é, selecione-a de modo a
identificar que a autoridade em questão não evidencia o assunto proposto.
FALÁCIAS
DE INSUFICIÊNCIA DE DADOS: Ocorre
quando se tenta inferir uma conclusão, pretendendo-se que seja verdadeira,
porém dispondo de dados insuficientes, isto é, que não representam ou tornam
válida tal afirmação.
São elas:
Falácia
da Generalização Precipitada.
É quando parte de um
estudo insuficiente ou impreciso para se obter uma determinada conclusão. Pode
ser considerada falaciosa, pois, não se examina casos típicos, mas sim casos
atípicos, exceções, obtendo assim uma conclusão inválida.
EXEMPLOS:
- Meu cachorro não come feijão,
logo nenhum cachorro come feijão.
- O morcego é um mamífero e voa,
logo todos os mamíferos voam.
Deve-se
procurar identificar a dimensão da amostra e, se inconsistente, inválida, pois
um pequeno paradigma de algo não, necessariamente, justifica todos os demais
componentes (no conjunto do todo) relacionados a tal paradigma.
Falácia
da Falsa Causa.
É quando se toma como
certo algo que não é sua causa real, ou deduzir alguma coisa que é causa de
outra, apenas baseando-se na observação anterior.
EXEMPLOS:
- O ressurgimento do sol, após um
eclipse, só por que os selvagens fizeram ressoar os tambores.
- Tomei remédio e fiquei com meu pé
de coelho a noite toda. Só melhorei por causa do pé de coelho.
- Logo depois que choveu meu carro
explodiu. Ele deve ter explodido por causa da maldita chuva.
É simples e bastante fácil de
identificar o erro, só basta relacionar, geralmente as duas premissas, e ver
que uma não justifica a outra. Deste modo não há co-relação entre causa e
efeito.
Falácia da Falsa Analogia
Consiste em tirar conclusões sobre um objeto a partir de
outro totalmente inverso e diferente. E por mais que haja alguma semelhança, as
divergências seriam muito maiores.
EXEMPLOS:
- Os empregados são como pregos.
Temos de martelar a cabeça dos pregos para estes desempenharem suas
funções. O mesmo deve acontecer com os empregados.
Identifique
as duas situações, quer dizer, os dois eventos que acontecem, porém, sendo
implicantes, mas que não se justificam. Logo, uma situação não pode gerar a
outra sem que seja falaciosa.
Falácia
de Petição de Princípio.
Ocorre quando, ao tentar
estabelecer a verdade de uma proposição, uma pessoa acaba pondo-se à procura de
premissas que validarão a conclusão desejada, sendo que a pergunta já um
princípio forte da resposta.
EXEMPLOS:
- Permitir a todos os homens uma
liberdade ilimitada de expressão deve ser sempre, de um modo geral,
vantajoso para o Estado; pois é extremamente propicio aos interesses da
comunidade, que cada indivíduo desfrute de liberdade, perfeitamente
ilimitada, para expressar os seus sentimentos.
- Alienígenas estão abduzindo
vítimas inocentes toda semana. O governo deve saber o que está
acontecendo. Portanto o governo está ligado com os alienígenas.
- Homossexuais não devem ter
permissão para ocupar cargos governamentais. Daí qualquer oficial
governamental que é revelado como homossexual deverá perder seu trabalho.
Portanto homossexuais irão fazer qualquer coisa para esconder seu segredo,
e irão estar abetos à chantagem. Portanto homossexuais não podem ter
permissões para ocupar cargos governamentais.
- Por que a maconha intoxica?
Porque é uma substância tóxica.
- Por que o contrato obriga? Porque é
obrigatório.
Neste caso premissas e conclusões não
se co-relacionam a ponto de tirar tais decisões conclusivas, é necessário
perceber que a intenção é falaciosa, pois é maldosa.
Falácia da Pergunta Complexa.
São
feitas perguntas de difícil compreensão, onde já se pressupõe uma resposta
definida a uma pergunta pensada, assim acaba implicando na aceitação de uma
questão já formulada explicitamente.
EXEMPLOS:
- Você abandonou seus maus hábitos;
você deixou de bater na sua esposa?
- Suas vendas aumentaram em
conseqüência das suas publicidades equívocas? – Não, senhor. – Então
admite que sua publicidade era equivoca e induzia o publico ao erro? Você
sabe que sua conduta transgride as normas da ética comercial e podem
causar-lhe sérios dissabores?
- Você se arrepende deste crime
bárbaro que cometeu?
Note
que a(s) premissa(s) estão co-relacionadas de forma a não deixar espaço para
uma resposta a favor do interrogado, então, mostre que acreditar numa não
implica acreditar na outra, ou então, só responda se a pergunta for reformulada
dando oportunidade ao perguntado.
FALÁCIAS
DE AMBIGUIDADE: consiste
em atribuir no argumento termos que despertam duplo sentido, levando
consequentemente a conclusões erradas.
São elas:
Falácia
da Equivocidade.
A maioria das palavras tem
mais de um significado, deixando brechas para diversas interpretações.
EXEMPLOS:
- O fim de uma coisa é a sua
perfeição, então a morte é a perfeição da vida.
- Os assassinos de crianças são
desumanos, portanto os humanos não matam crianças.
- Cigarra é um trissílabo; a
cigarra canta, logo, o trissílabo canta.
- O rato é um dissílabo; o rato
rói, logo, o dissílabo rói.
- O paulista é trabalhador; o
carioca é divertido, logo, o paulista é divertido.
- O dia é luz; a luz é matéria,
logo, o dia é matéria.
Deve-se
identificar quais palavras estão sendo usadas mais de uma vez, para assim,
poder constatar qual o verdadeiro significado interpretativo daquele argumento.
Falácia
da Divisão.
Apresenta-se nela uma
confusão, e a inferência desenvolve-se na direção inversa, oposta. Ela é o
inverso da falácia de composição.
EXEMPLOS:
- Os cães são carnívoros; Os
spaniels são cães, logo os spaniels são carnívoros.
- Os cães são comuns; os spaniels
são cães, logo os spaniels são comuns.
- Formigas podem destruir uma
árvore. Portanto, esta formiga pode destruir uma árvore.
Mostre
que as partes em questão não são suficientes para levar a conclusão do todo e
assim desmorone tal idéia, haja vista, a pouca relevância do enunciado para
concluir um conjunto completo.
Falácia
da Falsa Dicotomia.
Apresenta, geralmente,
apenas duas possibilidades existentes, e deixando de lado as possíveis
possibilidades que cada questão sempre apresenta.
EXEMPLOS:
- Ou você foi ao dentista ou então
gastou todo o dinheiro que te dei.
- Ou você vai para a escola ou fica
de castigo.
Note
que as alternativas são extremamente limitadas e assim certifique-se que
poderia haver bem mais escolhas e opções e constate que é uma afirmativa
falaciosa.
Falácia do Espantalho.
Ocorre quando se tem a pretensão de relatar uma situação
de maneira a deturpar a verdade. Isto é, tenta passar uma informação de forma
fictícia ,
em que a realidade é distorcida de modo que o significado passa a ser
outro. Então, na falácia do espantalho, aquele que a utiliza procura distorcer
o argumento a fim de o refutar com mais facilidade.
EXEMPLOS:
- As pessoas que querem legalizar o
aborto, querem prevenção irresponsável da gravidez. Mas nós queremos uma
sexualidade responsável. Logo, o aborto não deve ser legalizado.
- Devemos manter o recrutamento
obrigatório. As pessoas não querem fazer o serviço militar porque não lhes
convém. Mas, devem reconhecer que há coisas mais importantes do que a
conveniência.
Faça
com que o argumento oposto seja evidenciado, isto é, compreensível, a ponto de
esclarecer motivos mais fortes para a não aceitação do que se diz e assim
elabore um raciocínio mais correto e convincente.
Falácia
da Derrapagem.
É um argumento que, na
relação entre as premissas ocorre certa diferença, porém, na conclusão leva a
sérios problemas, ou seja, a fortes derrapagens.
EXEMPLOS:
- Se aprovarmos leis contra as
armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra as armas,
e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado
totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
Identificar
a proposição que está sendo refutada e deste modo identificar a conclusão, isto
é, o propósito final e assim reconheça que o evento final não deve,
necessariamente, ocorrer como conseqüência das proposições anteriores.
Falácia
da Anfibologia.
Ocorre quando se argumenta
a partir de premissas cuja formulações são ambíguas em virtude de sua
construção gramatical. Um enunciado é anfibológico quando seu significado não é
claro, pelo modo confuso ou imperfeito como as suas palavras são combinadas.
EXEMPLOS:
1.
Irás voltarás não morrerás ali.
- Fazendeiro mata a esposa com os
filhos.
- Meu pai foi à casa de José em seu
carro.
- Os paulistas são adultos e
crianças; os professores são paulistas, logo, os professores são adultos e
crianças.
- Copo é vaso; vaso é tonel, logo,
copo é tonel.
- Certo gato amarelo é doméstico;
certa onça amarela é selvagem, logo, certo gato amarelo é selvagem.
- O caçador não é gato; o gato não
é predador, logo, o caçador é predador.
- A é B; C não é B, logo, C é A.
- O óleo é um líquido; a graxa não
é líquida, logo, a graxa é líquida.
- O paulista é trabalhador; o
carioca não é paulista, logo, o carioca não é trabalhador.
- O paulista é cristão; algum
cristão é bondoso, logo, o paulista é bondoso.
- O carro roda; a roda não gira,
logo, o carro não roda.
Mostre
que a frase tem um caráter anfibológico, pois permite mais de uma interpretação,
então, exija uma tomada de decisão, isto é, o que se pretende, afinal, no
sentido de chegar à verdadeira interpretação e ao sentido correto.
Falácia
do Acidente.
Consiste em aplicar uma
regra a um caso particular, cujas circunstâncias “acidentais” tornam a regra inaceitável.
EXEMPLO:
- O que você comprou ontem, comeras
hoje; você ontem comprou carne crua, portanto, comerás carne crua.
Deve-se
identificar que o antecedente não justifica com verdade o conseqüente, de
maneira que durante o período de um para o outro podem acontecer várias
situações.
Falácia
do Circulo Vicioso ou Dialelo.
Corresponde, praticamente,
a uma dupla petição de princípio: quando suas proposições são demonstradas,
provando-se uma pela outra.
EXEMPLOS:
- O miserável passa fome e como
passa fome é miserável.
- A existência de Deus é racional, por que
a razão é produto de Deus, que, como perfeito, não criaria um instrumento
de erro, logo, é verdade que Deus existe.
Perceba
que a frase é duplamente afirmada sem necessidade, e, como parte de uma verdade
maior é obvio que levará a uma conclusão verdadeira, deste modo busque uma
conclusão a partir de dados prováveis indutivamente.
Falácia
da Ignorância da Questão (Ignoratio elendri)
Ocorre quando se quer
demonstrar uma coisa e prova-se outra, deixando-se posicionar os argumentos
apenas pelos sentidos. Quer dizer, prova-se uma coisa diferente da que se
questiona.
EXEMPLO:
- Longe dos olhos, distante do
coração.
Repare
que a relação das frases é meramente errada, uma vez que, quer se provar uma
coisa enquanto usa-se um argumento contrário, então, peça uma postura que
direcione o argumento à conclusão desejada.
[1] ARANHA, Maria Lúcia de Arruda;
MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 2. ed. rev. atual. – São Paulo: Moderna, 1993.
TORRES,
Pedro. A Lógica Objetiva: O Poder do
Convencimento. São Paulo: FONTANA, 1982.
www.google.com.br/dkrause/ExFal.
(Apostila
do Professor, utilizada nas aulas).