Imagem copiada de Jornal de Brasília.
LOSACCO, Silvia. O jovem e o contexto familiar.
São contemplados dois eixos nesta temática: a concepção atual sobre
jovens e suas famílias e como estão, de modo geral, estabelecidos os laços
entre jovens e sociedade como um todo; também quais políticas têm sido
direcionadas a este segmento.
A família, mesmo aquelas que se encontram desestruturadas são sim
consideradas um “porto seguro” para os jovens e as crianças. Resta aos
profissionais que se envolvem nas questões de família, “desenvolver uma
capacidade para aceitar a família tal como ela se constitui em face dos
desafios que enfrentou, em lugar de procurar nela o modelo que temos como
representação” (p. 65).
Está exposta, no texto, a importância de se conhecer a dimensão
sócio-histórica do jovem, seus limites mínimos e máximos, presentes de forma
específica, dentro de cada conjuntura. E assim para definir a juventude
presente numa determinada sociedade é preciso que se observe a faixa de idade, entendendo
tal segmento como um grupo social. Ainda de acordo com o texto, “o jovem
necessita de parceiros que o ajudem a construir formas adequadas de superação
das incertezas e dos conflitos advindos das novas experiências corporais e
relacionais” (p. 67).
A puberdade representa uma transição muito importante, levando o
indivíduo a inaugurar sua juventude, com a incidência de grandes transformações
corporais e psíquicas, desencadeando uma tão falada “crise”, mas esta poderá
ser menos preocupante para a família, se o jovem se encontrar num ambiente
sócio-econômico e familiar adequados e preparados para suprir suas demandas.
Podem ocorrer no ambiente familiar sérios conflitos, como que choques de
geração, pois os pais precisam se reconfigurar, para melhor se relacionarem com
seus filhos e estes últimos nem sempre refletem sobre suas manifestações.
Legalmente falando, jovem é o indivíduo que se encontre entre 12 e 18
anos de idade. Socialmente falando, essa juventude (em termos de idade) ganhou
um prolongamento, sendo dos 16 aos 24 anos, isso é reflexo de uma nova
configuração no campo educacional e no mundo do trabalho.
O crescimento da população de jovens, o difícil acesso à educação e a
tantos outros serviços básicos, atrelados a incapacidade estatal e do mercado, na oferta de empregos, levam os jovens a uma latente exclusão e a uma extrema
vulnerabilidade social, principalmente quando esses pertencem às famílias de
baixa renda.
Quanto às políticas sociais voltadas para este segmento, a autora diz que
elas “empurram jovens pobres para comportamentos socialmente excludentes;
quanto mais excluídos, menos as políticas atuais atingem mudanças de comportamentos
necessárias para sua inclusão social” (p. 73).
Quanto aos profissionais que estão envolvidos com este segmento, é
preciso que eles “conheçam criticamente as políticas sociais existentes, bem
como as dificuldades resultantes do distanciamento entre os direitos
conquistados e a realidade do atendimento oferecido. [...] Devem ser
conhecimentos técnicos e instrumentais” (p. 75).
É condição essencial para poder colaborar com este grupo social (os
jovens), considerá-los como sujeitos individuais, como sujeitos coletivos e
como sujeitos políticos; estando estas três esferas profundamente interligadas,
uma vez que tratamos das relações da sociedade, mesmo porque é este todo
orgânico e sistêmico da sociedade quem influencia diretamente a vida de cada
indivíduo, assim como do grupo social.
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