DESCANSO PARA LOUCURA: março 2016

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sábado, 26 de março de 2016

Assunção/ Paraguai (panorâmica) - parte 2/2

Detalhe (parte da fachada - Universidad Católica de Asunción).
Prosseguindo com as nossas inéditas e lindas postagens sobre a aconchegante Capital do Paraguai e dizemos isto com propriedade, porque todos os períodos que por lá repousamos foram intensos e muito agradáveis, deixamos aqui mais um punhado de fotos...
O clima sempre esteve muito familiar, inclusive semelhante ao que estamos acostumados no Nordeste do Brasil; a cidade, mesmo se tratando de uma capital de país, não externaliza o estresse no trânsito, tal como encontramos em capitais no Nordeste, por exemplo; as pessoas são muito amigáveis e não se importam quando perguntamos as coisas, através de signos, gestos, símbolos e numa infernal e divertida mistura de português com espanhol. Os/as paraguaios/aias de Assunção merecem nossos aplausos!
Esta é a segunda parte que mostra uma visão geral da cidade, evidenciando um pouco da cultura e da arquitetura, que são uma verdadeira maravilha a céu aberto.
Veja a primeira postagem AQUI.
Ministério da Educação.
Albergue (um dos...).
Banco Nacional de Fomento.
CEADUC da Universidade Católica de Assunção, Paraguay.
Palacio del Gobierno.
Panteón de los Heroes (na época/2015, estava em reforma).
Museo de la Estación Central de Ferrocarril Carlos Antonio Lopez.

segunda-feira, 21 de março de 2016

21 de Março, dia Mundial da Poesia


O Dia Mundial da Poesia é celebrado em 21 de Março de cada ano. Ele foi criado a partir da 30ª Conferência Geral da UNESCO, realizada em novembro de 1999.
“Este Dia Mundial da Poesia celebra a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação. A data visa fazer uma reflexão sobre o poder da linguagem e do desenvolvimento das habilidades criativas de cada pessoa (…). A poesia contribui para a diversidade criativa, usando as palavras e os nossos modos de percepção e de compreensão do mundo1”.
No Brasil temos também uma data reservada para se comemorar o Dia Nacional da Poesia, que é 31 de Outubro. A data coincide com o dia do nascimento de Carlos Drummond de Andrade.
Até 2015 a data de comemoração da poesia nacional era 14 de Março, uma homenagem ao poeta Antônio Frederico de Castro Alves, mesmo que não se tratasse de uma comemoração oficializada. Foi a Lei no 13.131/2015, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff, que oficializou a data para 31 de Outubro, em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade2.
Mas não se esqueçam, todo dia é dia de ler e produzir poesias!

Pra demarcar esse dia aqui no Blog, deixo uma poesia (dentre as minhas), daquelas bem "antigonas", escrita há vários anos...
Imagem copiada de: www.alienado.net

SAUDADES DE UM AMOR... 

A noite cai sobre a terra
E recai sobre mim um pensamento
Parece que vem com o vento
E com o Sol que se encerra.

Meu pensamento é costumeiro
Dele, não posso me livrar
E ele me faz lembrar
Você cantando no terreiro.

Onde te via, tão linda!
Meus olhos brilhavam tanto
Seu sorriso se espalhava junto com o canto
Que saía da sua boca, lembro ainda...

Como poderei esquecer?
Se até hoje te amo
Se até hoje reclamo
Não fui capaz de te ter.

Você brincava comigo
Eu era teu brinquedinho
Eu implorava teu carinho
E recebia teu castigo!

Meu amor, onde estarás?
Até hoje te espero,
Tu sabes que te almejo
E te amo cada vez mais...

Penso, penso e adormeço
Como uma ave triste
Esse pensamento insiste
No outro dia "quando amanheço"!

Coloco os pés sobre o chão
Lembro sua bela perna
Você com aquela meiguice eterna
Laçastes meu coração.

Ando, vejo sua dança
Seu suingue tão perfeito
Eu tenho que dar um jeito,
Achar vestígios de sua mudança.

Molho-me, vou ao além
Lembro-te na cachoeira
Cheirosa como a roseira
Deixa eu te achar, meu bem!

Uma maçã me alimenta
Sinto o gosto da sua boca...
Os teus desejos de louca
Onde estarás? Não me atormenta!

Se eu te reencontrar
Nunca mais te largarei
Direi:- Meu amor eu te achei!
E só pensarei em te amar. 
JaloNunes.
Imagem retirada de: www.mensagenscomamor.com
________________

terça-feira, 15 de março de 2016

Assunção/ Paraguai (panorâmica) - parte 1/2

Este grafite pode ser visto na rua (calle) Aberdi.
Assunção é a capital do Paraguai e uma cidade que atrai viajantes com suas paisagens, história, arquitetura e cultura. Vale a pena conhecer lugares de grande representação histórica como a Manzana de la Rivera (Quarteirão da Ribeira) - onde se encontra a Casa Viola, a mais antiga de Assunção -, a Casa da Independência, a Catedral e o Panteão dos Heróis. Assunção se modernizou com o passar dos anos e hoje oferece uma vida noturna ativa e uma grande variedade de pubs, cinemas e restaurantes para visitar[i].
  
“A capital do Paraguai, Assunção, é um dos pontos turísticos do país. Aqui pode ver de perto a influência da cultura espanhola, especialmente, nas ruas e nos edifícios perto do rio”.

“Fundada como um forte a 15 de agosto de 1537, por Juan de Salazar de Espinoza, a capital do Paraguai, conhecida por a Mãe das Cidades e que ficou independente da Espanha em 1811, está assente sobre um terreno ondulado, cercado pelas suas sete colinas que, de alguma maneira, imprimem as diferenças entre os diferentes bairros”.

“Com a sua arquitetura colonial preservada, Assunção faz parte do roteiro turístico da América Latina, mantendo as marcas da construção de um continente livre da metrópole europeia. Apresenta, com muito orgulho, a referência de suas raízes nativas, situação que deixa espaços equilibrados tanto para as origens do dominador espanhol quanto para as tradições dos indígenas guaranis (...)”.
Geograficamente, Assunção localiza-se junto à baía de mesmo nome, na margem esquerda do rio Paraguai, no encontro com o rio Pilcomayo. Como o Paraguai não tem saída para o oceano, Assunção é detentora do principal porto do país. Outra característica que chama a atenção na capital paraguaia é o extremo calor, com temperaturas médias que garantem sensação térmica superior a 40 graus frequentemente”.
“Atualmente, possui uma boa rede hoteleira, passeios públicos, shoppings e jardins bem conservados, que preservam muito da flora natural do país. No entanto, para quem visita Assunção, os passeios obrigatórios passam pelos museus, bibliotecas e as inúmeras construções históricas[ii]”.

Para o TripAdvisor[iii] essas são sugestões de visitas em Assunção:
Palacio Del Gobierno;
Panteon Nacional de lós Heroes;
Casa de la Independencia;
Constanera de Assuncion;
Catedral de Nuestra Señora de la Assuncion;
Museo del Barro;
Museo del Cabildo;
Museo de la Estacion Central del Ferrocarril Carlos Antonio Lopez;
Plaza Uruguaya;
Gran Hotel del Paraguay;
Iglesia de la Santisima Trinidad;
Palacio Legislativo;
Jardin Botanico y Zoologico;
Dentre outros…
Avista-se uma das torres do Palácio do Governo.
Algumas empresas de transporte coletivo são uma atração, é muito tranquilo e divertido viajar nos ônibus, na cidade.


[i] Disponível em: http://www.decolar.com/turismo/asu/assuncao/ Acesso em fev. de 2016.
[ii] Disponível em: http://www.aproximaviagem.pt/n11/07_assuncao.html Acesso em fev. de 2016.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Poetize 2016 - Concurso Nacional Novos Poetas: uns Poetas Alagoanos



A 17a edição do Prêmio Poetize (2016) foi publicada em grande estilo, através de uma belíssima Antologia Poética com cerca de 270 páginas de muita poesia, soneto, enfim, arte literária. Na postagem anterior nós mostramos as 10 Primeiras Poesias Classificadas; agora trazemos as poesias escritas por poetas alagoanos, conterrâneos do Blog1
***

Presente de Natal

Jalon Nunes de Farias (Palmeira dos Índios/AL)
Este Fim de Ano
Eu quero sim um presente de Natal.
Mas ele será diferente daquele de anos atrás
E isso envolve o Papai Noel.


Eu quero muito!
Que ele não acerte o caminho da minha casa
Que no percurso, muitos atalhos apareçam,
Mas que nenhum leve até o meu lar.
Mas se o Papai Noel for esperto
E chegar até o portão de minha casa
Que dois cães raivosos o esperem
E o enxotem a mordidas letais.


Mas se ele for perspicaz
E conseguir driblar os cães
Que a chaminé esteja entupida
Ou a lareira em brasas.
Enfim, que tudo o impeça
De chegar até mim e oferecer seu presente
Que o dê a outro, menos inquieto
Menos atento, a um alienado qualquer.


É que eu não suporto mais
Receber as ilusões doadas por ele
Promessas de melhores dias
Profecias de bons tempos.


Ilusões de um Natal de Paz
De um Ano Novo fraterno
De solidariedade entre os povos
De harmonia entre as raças.
Que ele desista de mim este ano
De oferecer-me seus presentes irreais
Porque este ano
Ele será apenas Noel, não Papai.
***


A excelentíssima palavra (Ação?)

Arnaldo Santtos (Maceió/AL)
Onde estás palavra que não te apresenta e fala?
Fala dos vermes envenenando a população;
fala do amor que não está nas preces dos cristãos;
fala dos miseráveis que estão pedindo atenção.


Onde estás palavra?
Fala da mesquinhez dos patrões;
das vidas sem razões;
dos homens sem perdões;
da tristeza dos canhões.


Onde estás palavra?
Será tu uma diversão?


Onde estás palavra?
Na menopausa das sensações? No fim? Que fim?
Na corrupção pela corrupção?
No desamor da própria palavra?


Onde estás palavra?
Nos corações amedrontados dos não patrões?


Fala palavra!!
Fala da guerra existente: fala da opressão;
fala doe embriagados pela loucura dos tostões;
fala no silêncio da AÇÃO.


Onde estás palavra?

***

Quando morrer!


Paulo Ribeiro (Maceió/AL)
Quando morrer, já deitado no caixão
Ouvindo de Beethoven, a quinta sinfonia
Não quero sentimento de emoção
Lágrimas, choradeira, nenhuma latomia


Ali, parecendo bem morto, no ataúde
Ninguém notará se estou pensando
Farei leve sorriso de beatitude
Porei ouvidos atentos, observando!


Em nova matéria de luz, transformado
Invisível a visão elementar dos presentes
Circularei calmamente, bem focado
Tomado de curiosidades persistentes!


Quererei saber críticas e comentários
Minudências de minha personalidade
Não me assustarei vendo adversários
Fazendo-me elogios com prodigalidade!


Neste planeta, do qual fiz morada
Aos seres vibracionais de minhas energias
Que convivi durante curta temporada
Deixarei energias de harmonias!


E no momento mais triste, doloroso
Que é a descida do corpo, a terra fria
Voarei antes deste ato escabroso
Na certeza de que lá em cima, é alegria!

***

Um amor em reticências


Thaís Silvério (Arapiraca/AL)
não pensei que pudesse doer tanto
ficar sem quem eu amo muitos dias
veio a noite e o vazio que insistia
revestiu-se de saudade e de pranto...


já não ouço o seu tom leve e brando
de manhã me acordando com “bom dia”
não almoço em sua companhia,
não te tenho na mesa enquanto janto.


Mas eu sei que em mim há a essência
de um amor que termina em reticências,
de tão forte ultrapassa essa vida...


pode vir mais mil anos não esqueço
de uma vida construída com respeito,
do meu pai, o amor da minha vida!

***

Difícil


Wellington Amorim (Messias/AL)
Nestes dias sem fim
Sem um novo começo
Enturva-nos um amanhecer
Difícil esta rotina
No silêncio da matina.
Mas, esta incurável dor
Que habita no meio
Mais cedo, ou mais tarde
Vai sair de nós...
______________
1Para consulta acesse: http://www.premiopoetize.com.br/
Ou a referência da Antologia: RAMOS, Isaac Almeida (org.). Antologia Poética, Prêmio Poetize 2016. Série Novos Poetas no 17. Edição fev. de 2016.

domingo, 6 de março de 2016

Poetize 2016 - Concurso Nacional Novos Poetas: 10 primeiros colocados da Antologia Poética


A 17a edição do Prêmio Poetize (2016) foi publicada em grande estilo, através de uma belíssima Antologia Poética, ou, nas palavras do organizador e apresentador nesta edição podemos encontrar...



Não só a poesia do eu (…), mas também, uma forte presença da poesia social, com temáticas contemporâneas como cidades, tecnologia e meio ambiente, tornam a obra, um registro da dinâmica da poesia e também de aspirações sociais. A partir da ótica do poeta, temáticas e estilos tão abrangentes que encontram empatia no leitor (RAMOS, 2016, p. 7)1.



Pouco mais de 200 poesias compõem esta rica Antologia, com destaque para os 10 primeiros colocados, os quais destacaremos abaixo:

***

1a Colocação:


Gineceu

Roger José (Alfenas/MG)

Estávamos juntos, amigos, tão meninos,
Porém te esposar eu sonhava, sem malícia;
Eis que, notando teu clamar tão feminino,
Deixei me transportar nesse ar'áureo em delícia.


E devagar, em fusão descortinamo-nos;
Deveras singular, jamais houve malícia;
A flor pueril deste Amor de nós diáfanos
Finca raízes neste bobo sonetista.


Quanto em teu colo, eu me transcendo cem por cento;
E flamejante, sinto o peito em fúria ígnea;
Tu me transportas a uma plêiade ferina:


E a poetar esse amor probo, eu me apresento;
Inseguro em sonetar-te, Sublime Insígnia;
Um Gineceu, ora mulher, ora menina.
***

2a Colocação:


labirinto d'alma

Roseli de Mello (São Sebastião do Caí/RS)

na densa névoa que me envolve turva
cobre o lago profundo, pesadelo meu.
onde a razão veloz se curva
a realidade algoz é livro que já se leu.


espessa e fria, intensa a me indagar
de minha lucidez que jaz o que restou?
e meu desejo louco a procurar
o que me tortura eu que ainda sou.


uma a uma, desconstruindo o rosto
desvelando o meu eu, nudez que abala
que em teu fantasma saboreia o corpo
crucifica-me insensatez vassala!


na imensidão do nada piso em vão errante
esmagando o caos, desenterrando o morto.
labirinto d'alma sai de meu semblante!
mostra teu caminho, rota pro meu porto.


despedaçado corpo que se perdeu no espelho
transfigurado e mudo, estranha em teu discurso,
a camuflar-se amado, parafina e selo
na carta em mão vazia, em vão, seguindo o curso.


a fala no vazio da fenda da alma nua, escorre.
fecha-se na clausura, demanda liberdade
e o gozo então sonhado espera, em vão, e morre.
soterrado mistério agora, então verdade.

***

3a Colocação:


Os jeitos do amor

Daniel Rolim Rocha (Rio de Janeiro/RJ)

Já havia dito e escrito:
“Não mais lhe rabiscaria poemas”.
Mas esta tarde chuvosa,
dando aleluias no sábado,
infiltrou no meio dia
a gotejar esta memória.


Era Sexta Feira da Paixão.
Estavas na minha frente,
linda,
caminhando na procissão.
Choravas mais que o normal.


Eu lutando contra vícios,
como sigo até hoje.


O Cristo segue deitado,
sustentado por mãos calejadas.
O amor não cansa de exibir suas chagas santas.


Queria pegar na tua mão,
fechar os olhos juntos.
Os fogos, as velas, o terço,
a ladainha, a Via Sacra recitada.
Tudo em volta
e você no centro de tudo.
O resto, moldura.
O tempo, suspenso.



O amor levanta com dificuldades.
O amor e seus joelhos rotos.
O amor deita vagarosamente em seu colo
feito a Pietá.


A procissão estanca para
contemplar a cena.


Uma pintura.


No canto do quadro,
lá no fundo,
sou um diabinho acenando
com a bunda de fora.


Dentre os quatorze passos
nunca soube onde pisar.


E hoje só me resta este aleluia
num sábado chuvoso...
e esta memória a gotejar.

***

4a Colocação:


Nina

Clóvis Filho – Clovinhos (Macaúbas/BA)

A sorte surda, cega e manca
Tropeçou de frente dos teus olhos de margarida frita,
Nina,
E pela distância próxima que se fez,
Rente ao inesperado cálice de outra bebida feito em uva,
Caiu por sobre mim também, embriagada e muda,
Perguntando com malabarismos do flutuante dente-de-leão
Sobre a minha clareza refinada
Na ressaca dos tormentos, sem saber o porquê
Que nunca ainda tinha repousado
No meu peito feito a galope
na qual eu cavalgava surpreso):
A resposta apareceu num amor sorridente
Atrás do cata-vento da torre
Desenhado à trevo verde de quatro folhas
Vestida de flores em botão no abotoado dum abraço
Que nos cobriu por dentro, calma e,
Fazendo cócegas com as falanges dobrando a graça.
Na ventura das palavras, as poesias,
Veredam na semelhança no nossa caminho errado
À passos firmes, tortos, encruzilhados,
Deste momento que escrevemos
De tantos pensamentos desavergonhados:
Nus coubemos um no outro.

***

5a Colocação:

Instante

Vitória Zanotti Nervo (São Leopoldo/RS)

Eis que ela surge na urgência do segundo
Insólito que se faz de pontualidade premente
Quanto, ela própria, sorri meramente;
E torna a face adornada do belo oriundo.


Mostra-se toda magnificente, meio fecundo;
E tresmalha-se da gataria a felina insolente
Que goza da estrondosa liberdade emergente,
Do segurar em sua palma da mão o mundo.


Ela desponta urgentemente um sentimento
Invisível como brilhante aurora,
Silencioso como furiosa rajada de vento.


Faz-me então ilustre e solene no agora
O fervor que me causa perfeito contento,
E tem-se inteiro delirante por ora.
***

6a Colocação:


Oceano

Bruno Everton da Silva Bambirra Alves (Almirante Tamandaré/PR)

Já observou a noite afora?
Mergulhou em seus segredos?
Encarou o ciclope que observa com seu olho de prata?
Beijou a face da dama com vestidos de pérolas?


Navegante, jovem
De águas rasas e doces
Conheça a curva do rio
Desmembre-se em delta
Encontre seu mar.


Beba do oceano
Dos mistérios
Da deriva.


Escute o ranger do convés
De seus pés
Esqueça de casa
O mar virou lar.

***

7a Colocação:


Ponteiro da Vida

Marcílio Professa (Jardim Botânico/DF)

No compasso sem ritmo
da música das horas
vagam kilobytes em kilômetros
pesando mais a cada passo


Debanda larga mente pelo caminho
deixa cair sonhos e desejos e, downloads
escondem em seu bojo nova pasta
monturos de vida em arquivos.
***

8a Colocação:


Pacto d'aurora

Marconi Araújo (Campina Grande/PB)

Firmei pacto construído nas estrelas
Percebi-as ao meu sensibilizar
Apalpar o coração, profetizar
As canções que tanto fiz por merecê-las.


E fui fundo, tão profundo, sem contê-las
E os meus sonhos, tão medonhos, quis sondar
Letras vivas que deságuam no além-mar
Pela paz e pelo bem quis percebê-las...


O amanhã é fruto desse testamento
Um contrato a reluzir o sentimento
No firmamento, aqui, em todo lugar...


O tempo urge, a vida urge, é agora
Neste pacto estonteante só vigora
Uma aurora a perfectibilizar!
***

9a Colocação:


Vandalirismo

Higor Nathan Rodrigues Machado (São Paulo/SP)

Seu guarda, eu me rendo!
Pode me jogar na cadeia
por porte ilegal de métrica
e tráfico organizado de verso.


Seu guarda, eu confesso.
No meu carro, quilos e quilos de Rimbaud,
três Pessoas calibre .38
uma AK Clarice Lispector
e tem até Lança-Drummond.


No parta malas, seu guarda, nada de bom.
Dois corpos ensanguentados
que me tiraram por ser poeta
e eu não sou Caeiro de levar isso pra casa.
Um Machado em cada mão, desci logo a porrada
e fechei logo o assunto, um Leminski em cada testa.

***

10a Colocação:


Silêncio musicado

Gujo Teixeira (Lavras do Sul/RS)

Hoje o murmúrio das palavras
calou, como de costume
com flores e com perfumes
das primaveras colhidas...
Encantou tardes compridas
como fez antigamente
para ser luz, simplesmente
e se encantar frente à vida...


Aos que te escutam por mim
sem pretensão de cantá-lo
é simples, tudo o que falo
da conquista, ao sacrifício.
Somos irmãos neste ofício
muito além do que sentimos...
Pois tudo que construímos
teve algum fim, sem início...


Senhor das palavras claras
que sempre sabe o que diz...
Quisera ser o aprendiz
do teu silêncio quebrado!
Benzi meu verso rimado
com teu sereno, no pasto
e fui deixando meu rastro
onde te vi, musicado...


Escrevo a terra e assino
meu nome de próprio punho
e em silêncio, testemunho
um tempo, um meio, um fim.
Sei que distante, assim
me perco em noites escuras...
Por não saber das lonjuras
andei distante de mim...


Hoje componho silêncios
com notas de bem querer
harmonizando meu ser
com tua palavra que acalma
carrego um mapa na palma
aberta da minha mão
que te oferta em razão
de te escutar com a alma...
***


Obs. de minha parte, publiquei nesta Antologia a poesiaPresente de Natal”.
_____________________
1Para consulta acesse: http://www.premiopoetize.com.br/
Ou a referência da Antologia: RAMOS, Isaac Almeida (org.). Antologia Poética, Prêmio Poetize 2016. Série Novos Poetas no 17. Edição fev. de 2016.

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