DESCANSO PARA LOUCURA: Fichamento: As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Serviço Social contemporâneo, de Marilda Iamamoto

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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Fichamento: As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Serviço Social contemporâneo, de Marilda Iamamoto


As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Serviço Social contemporâneo – Marilda V. Iamamoto.
 Disponível: <www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-2.pdf>
  • Um mundo internacionalizado requer um Estado dócil aos influxos neoliberais, mas ao mesmo tempo forte internamente – ao contrário do que é propalado pelo ideário neoliberal da minimização do Estado – para traduzir essas demandas em políticas nacionais e resistir à oposição e protestos de muitos, comprometendo a soberania das nações (PETRAS apud IAMAMOTO, p. 2).
  • O capital cria as condições históricas necessárias para a generalização de sua lógica de mercantilização universal, submetendo aos seus domínios e objetivos de acumulação o conjunto das relações sociais: a economia, a política, a cultura (p. 2).
  • O caráter conservador do neoliberalismo se expressa, de um lado, na naturalização do ordenamento capitalista e das desigualdades sociais a ele inerentes e tidas como inevitáveis; e de outro, em um retrocesso histórico condensado no desmonte das conquistas sociais acumuladas, resultantes de embates históricos das classes trabalhadoras (p. 2).
  • A intervenção do Estado no atendimento às necessidades sociais é pouco recomendada, transferida ao mercado e à filantropia, como alternativas aos direitos sociais (p. 3).
  • A atual desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais desloca a atenção à pobreza para a iniciativa privada ou individual; e não à responsabilidade pública do Estado (p. 3);
  • As consequências desta transferência são: a ruptura da universalidade dos direitos e da possibilidade de sua reclamação judicial, a dissolução de continuidade da prestação dos serviços submetidos à decisão privada, aprofundando o traço assistencialista e a regressão dos direitos sociais (p. 3).
  • Permanecem políticas casuísticas e fragmentadas, sem regras estáveis e operando em redes públicas obsoletas e deterioradas (p. 3).
  • A cena contemporânea reclama: a perseguição de um novo, que é o compromisso com a prevalência do debate público e da participação democrática, que abra caminhos para os cidadãos organizados interferirem e deliberarem nas questões de interesse coletivo, na busca de consensos possíveis para resolver os conflitos, organizar e viver a vida (p. 5).
  • Na contramão dos dogmas oficiais, o serviço social latino-americano está reconstruindo uma face acadêmica, profissional e social renovada; compromisso efetivo com o interesse público, atuando em defesa dos direitos sociais dos cidadãos e sua viabilização junto aos segmentos majoritários da população, centrando-se na questão social (p. 6).
  • Importantes investimentos acadêmico-profissionais foram realizados no sentido de se construir uma nova forma de pensar e fazer o serviço social, orientadas por uma perspectiva teórico-metodológica apoiada na teoria social crítica e em princípios éticos de um humanismo radicalmente histórico, norteadores do projeto de profissão no Brasil (p. 6).
  • Para analisar a profissão como parte das transformações históricas na sociedade, é preciso romper com uma visão endógena da profissão e buscar entender como essas transformações atingem o conteúdo e direcionamento da própria atividade profissional; as condições e relações de trabalho; competências e requisitos da formação do assistente social (p. 7).
  • Essa perspectiva exige alargar os horizontes para o movimento das classes sociais e do Estado em suas relações com a sociedade (p. 7).
  • Fazendo uma análise do serviço social que afirme a centralidade do trabalho na conformação da questão social e dos direitos sociais consubstanciados em políticas sociais universais, em contraposição às alternativas focalizadas e fragmentadas de combate à pobreza e à miséria, que trata as minorias como residuais (p. 8).
  • A prática social está vinculada a uma trama social, a um cabedal de conhecimentos tidos anteriormente (anotações minhas).
  • É preciso que se considere o profissional naturalmente envolvido e vinculado à sociedade, assim como ao usuário, sem retirá-lo da questão social que o envolve (interpretação minha).
  • O neoliberalismo faz com que vejamos esse processo a histórico e focalista, subestimando o rigor teórico-metodológico para a análise da sociedade e da profissão; em favor das visões empiristas, pragmáticas e descritivas da sociedade e do exercício profissional. Mas, a formação profissional deve privilegiar a construção de estratégias, técnicas e formação de habilidades, sendo uma profissão voltada à intervenção social (p. 8/9).
  • Que o assistente social não se torne um mero técnico – delegando a outros (cientistas sociais, filósofos, historiadores, economistas, etc.) - a tarefa de pensar a sociedade. Para isso, deve ter uma formação voltada para fundamentos teórico-metodológicos, elegendo uma perspectiva ética a adquirindo habilidades densas de política (p. 9).
  • Encontra-se na raiz da questão social: o crescimento do capital correspondendo a crescente pauperização relativa do trabalhador (p. 10).
  • A preocupação maior é afirmar a ótica da totalidade na apreensão da dinâmica  da vida social e procurar identificar como o serviço social participa no processo de produção e reprodução das relações sociais (p. 10).
  • Mas o serviço social participa de um movimento que tanto permite a continuidade da sociedade de classes quanto cria as possibilidades de sua transformação (p. 11).
  • Sendo a profissão atravessada por relações de poder, ela dispõe de um caráter essencialmente político, e que não decorre apenas das intenções pessoais do assistente social, mas dos condicionantes histórico-sociais dos contextos em que se inscreve e atua (p 11).
  • O serviço social situa-se no processo de reprodução das relações sociais como uma atividade auxiliar e subsidiária no exercício do controle social e da ideologia, isto é, na criação das bases políticas para a hegemonia das classes fundamentais; contribui para essas mesmas contradições que caracterizam a sociedade capitalista (p. 11).
  • Diante das novas relações contemporâneas, o assistente social é chamado a implementar e viabilizar direitos sociais e os meios de exercê-los, se vê tolhido em suas ações que dependem de recursos, condições e meios de trabalho cada vez mais escassos para as políticas e serviços sociais públicos (p. 16).
  • Na atualidade, as propostas imediatas para enfrentar a questão social, no Brasil, atualizam a articulação assistência focalizada/repressão, com o reforço do braço coercitivo do Estado em detrimento da construção do consenso necessário ao regime democrático, o que é motivo de inquietação (p. 18).
  • O serviço social reproduz-se como uma especialização do trabalho por ser socialmente necessário; na empresa industrial, ele como parte de um trabalhador coletivo, participa de um processo de reprodução da força de trabalho, essencial à produção de riqueza; na esfera estatal participa do processo de redistribuição da mais valia, via fundo público; e ainda se inscreve no campo da defesa e/ou realização de direitos sociais de cidadania, na gestão da coisa pública (p. 22).

[1] Correta;

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