“Juazeiro do Norte é um município
brasileiro
do estado do Ceará.
Graças à figura de Padre Cícero, é considerado um dos maiores
centros de religiosidade popular da América
Latina, atraindo milhões de romeiros
todos os anos".
"O município se localiza na Região Metropolitana do Cariri,
no sul do Estado, a 533 km da capital, Fortaleza.
Sua área é de 248,558 km², a uma altitude média de 377,3 metros. A população do
município é estimada em 249.939 habitantes, que o torna o terceiro mais
populoso do Ceará, o maior do interior cearense e o centésimo
maior do Brasil”.
Etimologia:
"O topônimo
Juazeiro é uma alusão a uma árvore típica da Região Nordeste do Brasil, cujo nome
científico é Zizyphus joazeiro. Juazeiro é uma palavra
de origem híbrida (tupi e português): "juá" ou "iu-á"
(fruto de espinho) e o sufixo "eiro". O município adotou o atual nome em 30
de dezembro de 1943,
por meio do decreto estadual n° 1.114".
História:
"Juazeiro do Norte era inicialmente um distrito
da cidade vizinha Crato, até que o jovem Padre Cícero
Romão Batista resolveu se fixar como pároco no lugarejo, até então
sem capelão e, portanto, sem os serviços religiosos. Padre Cícero foi um dos
responsáveis, tempos depois, pela emancipação e independência da cidade. Por
conta do chamado "milagre de Juazeiro" (quando Padre Cícero deu a
hóstia sagrada à beata Maria de
Araújo, a hóstia se transformou em sangue), a figura do padre
assumiu características místicas e passou a ser venerado pelo povo como um
santo. Hoje a cidade é a segunda do estado e referência no Nordeste graças ao
padre".
Vila de Tabuleiro Grande:
"Quando ainda era uma vila pertencente ao Crato,
Juazeiro chamava-se Tabuleiro Grande e não passava de um aglomerado de casas de
taipa
e algumas de tijolos
convergindo para uma capela dedicada à Nossa Senhora das Dores. A vila era um
mero entreposto e servia de ponto de apoio para aqueles que se dirigiam para o
Crato". No natal de 1871, Padre Cícero recebeu
o convite para rezar a missa do galo no lugarejo. Era para ser apenas
uma celebração, mas em 11 de abril de 1872 o padre retornaria a
Tabuleiro Grande acompanhado de alguns familiares para se fixar na vila.
Segundo o próprio padre, a decisão decorreu de um sonho, onde viu Jesus Cristo
e os doze apóstolos sentados a uma mesa, em seguida uma multidão de peregrinos
marcados pela fome e pela dor adentra no local, então Jesus Cristo
diz estar decepcionado com a humanidade, mas que está disposto a fazer um
último sacrifício para salvar o mundo, então vira-se para o padre e ordena: 'E
você, Padre Cícero, tome conta deles'". "Com o lema "cada casa uma oficina, cada
oficina um oratório", logo que chegou, o sacerdote tratou de mudar os
costumes profanos do local e tornar comum a prática dos sacramentos. (...) O jeito simples e
carismático do padre contagiava a população que cada vez mais se entregava à
religião e ao trabalho. Durante uma missa em 6 de março de 1889, Padre Cícero
ministrava a comunhão aos fiéis, quando ministrou o sacramento à beata Maria de
Araújo a hóstia se transformou em sangue. O fato teria se repetido
diversas vezes durante cerca de dois anos. A população logo atribuiu ser um
milagre". (...) Após longos estudos, inclusive podendo
testemunhar o fenômeno da transformação por diversas vezes, a comissão concluiu
que o "fato da ordem dos observados não podem ser explicados pelo jogo
natural dos agentes naturais, sendo forçoso aceitar a intervenção de um agente
inteligente oculto que represente a causa, o qual, no caso em questão, acredito
em ser Deus". Apesar da comissão provar que não existia
explicação para o fenômeno, o bispo Dom Joaquim enviou uma segunda comissão
liderada pelos padres Alexandrino de Alencar e Manuel Cândido para analisar o
caso. Esta comissão declarou que o fenômeno era uma farsa. Baseado no segundo
relatório, Dom Joaquim mandou enclausurar a beata Maria de Araújo em um
convento e suspendeu as ordens sacerdotais de Padre Cícero".
Emancipação:
"Desde o início do século XX
que a vila de Tabuleiro Grande buscava desvincular-se do Crato. Como argumento
principal o fato de que a vila se tornara maior e mais importante que a sede.
De fato, Tabuleiro Grande apresentou um crescimento surpreendente, chegando a
rivalizar até mesmo com a capital Fortaleza.
O movimento em prol da emancipação ganhou força em 1909 com a chegada do
Padre Alencar Peixoto e de José Marrocos,
juntos fundaram o jornal O Rebate que se tornou o principal difusor do
projeto. No mesmo ano, houve uma greve geral da população, causando prejuízos à
economia do Crato. Em 1910,
foi organizada uma passeata pela emancipação, reunindo aproximadamente quinze
mil pessoas. Em 22 de julho de 1911, a emancipação é
concedida através da lei n° 1.028, (...) e Padre Cícero é eleito o primeiro prefeito".
Subdivisão:
"O município é composto pela sede e pelos
distritos Padre Cícero e Marrocos. Em 2009, foi criada outra divisão, na forma
de seis subprefeituras".
Geografia:
"A vegetação predominante é a típica do
semiárido, mais especificamente floresta caducifólia espinhosa. Em determinados
pontos, existem matas de transição. O nome do município decorre de uma árvore
bastante comum na região, o Juazeiro. Ao longo das margens dos rios existe a chamada mata
de galeria, vegetação original caracterizada pela umidade em contraste com
regiões adjacentes mais secas.Na área urbana a vegetação se resume às praças e
parques, sendo a principal área verde, o Parque Ecológico das Timbaúbas,
uma área voltada para o adensamento de bosques, visando a preservação de
importantes mananciais hídricos ali localizados. É também uma área voltada para
o lazer, tendo alguns equipamentos como pista de skate, espaço para cooper
e anfiteatro.Com exceção da Serra do Horto e de uma
depressão entre os bairros Timbaúbas e Limoeiro, o relevo do
município é regular. A área onde a cidade foi erguida se localiza em um vale encravado na Chapada do Araripe.A pluviosidade no município é de 931,7 mm anuais
com temperaturas que variam, conforme a época".
Economia:
"De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), Juazeiro possui um PIB de R$ 1,586,996 mil
IBGE/2009. Com a crescente formalização da economia, e ainda, considerando a
grande participação do comércio informal, que não entra na contagem do PIB, a cidade deu um salto
nos últimos dois anos. sendo a 5ª maior economia do Ceará, atrás apenas de
Fortaleza, Maracanaú, Caucaia e Sobral".
"De acordo com o IBGE, no ano de 2006, Juazeiro
apresentou a sexta maior evolução de PIB no Nordeste":
1 - Mossoró
(RN) 24,83%
2 - Campina Grande (PB) 22,46%
3 - Arapiraca
(AL) 18,27%
4 - Caruaru
(PE) 16,34%
5 - Juazeiro (BA) 15,63%
6 - Juazeiro do Norte
(CE) 11,72%
"Apesar desse forte crescimento, Juazeiro
continua distante de Caucaia e Sobral, terceiro e quarto lugar respectivamente".
Arquitetura e urbanismo:
"Juazeiro cresceu de forma desordenada devido ao
progresso rápido, em especial o Centro da cidade que passou por rápidas
transformações sendo poucos os prédios antigos preservados. A arquitetura
antiga ainda conta com a antiga Estação Ferroviária, localizada na Praça dos
Ourives; a Coluna da Hora, destaque central da Praça Padre Cícero; O casarão da
Família Bezerra de Menezes, e dois casarões pertencentes ao Padre Cícero, onde
atualmente funcionam museus dedicados ao sacerdote.A arquitetura moderna conta com um rápido
processo de verticalização. O urbanismo é limitado nas áreas já ocupadas, mas
algumas ruas ao longo dos últimos anos foram alargadas. Os bairros mais
distantes e planejados recentemente contam com avenidas largas ainda em
desenvolvimento. O parque Ecológico das Timbaúbas faz parte deste contexto
urbanístico com a preservação ambiental em perímetro urbano numa área detentora
de importante manancial hídrico, entretanto poluído por falta de uma boa rede
de esgotos. Tal área é conhecida como Várzea das Timbaúbas, entretanto seu
espaço preserva apenas pequena parte da área total desta várzea".
Cultura:
"Juazeiro é uma cidade de grande efervescência
cultural. Pesquisa feita pela UFRJ em todo o país e divulgada em março de 2009,
constatou que a cidade de Juazeiro do Norte é a maior em população envolvida em
atividades culturais. Esse caldeirão de cultura, tem registrados junto a
secretaria de cultura do estado, 72 grupos de cultura popular. Existem vários
grupos folclóricos de reisado, maneiro-pau e malhação de Judas, entre outros. A literatura de cordel e a xilografia
também são bastante difundidas, especialmente em função da Academia de
Cordelistas de Juazeiro do Norte e a Lira Nordestina da Universidade Regional do Cariri". Na música, o forró
sobressai como ritmo predominante, destacando-se Alcymar
Monteiro, Luiz Fidélis e Santanna, músicos juazeirenses
consagrados em todo o Nordeste do Brasil. Em 2001 Alcymar Monteiro, na
época secretário de cultura, criou o Juaforró,
uma festa junina
que hoje está entre as maiores do gênero. O repente
é muito popular, especialmente em época de romaria,
ocasião em que os violeiros saem pelas ruas fazendo versos e desafios de rimas.
Outros ritmos conquistaram espaço em Juazeiro, como é o caso do rock, axé
e Música eletrônica, existindo várias bandas
independentes. As escolas públicas de Juazeiro mantêm a tradição das fanfarras,
sendo que nas comemorações da independência do Brasil elas desfilam pela
cidade. Outra tradição mantida é a da rabeca, instrumento
arcaico semelhante ao violino, havendo inclusive uma orquestra de rabecas em
Juazeiro".
"A fotografia é uma das artes que também tem
destaque. Há evidência para temas ligados a cultura e a religiosidade.
Destacam-se fotógrafos como Tiago Santana que publicou o livro
"Benditos"[34],
Dada Petrole, radicado na Alemanha, que teve o livro "Moderatrix Cariri"
premiado em segundo melhor trabalho do ano da University of Applied Science –
De Design (Fachhochschule Münster FB Design), e concurso ADC 2007 como o único
projeto de na categoria “Fotografia e concepção”, prêmio oscar do Design na
Europa".
"O artesanato
é um dos maiores expoentes culturais do município, tendo inclusive grande
participação na economia de Juazeiro. O Centro Cultural Mestre Noza abriga um
vasto acervo de peças artesanais.O teatro se desenvolveu bastante a partir do final dos anos 90.
Até então, não existia nenhum teatro, atualmente são três. Além disso, os
grupos teatrais se proliferam.A dança
é extremamente representada pela cultura popular dos reisados, bandas cabaçais
e lapinhas. Desde 2005, a Alysson Amâncio Companhia de Dança desenvolve um
trabalho de dança contemporânea. Com a criação da Associação Dança Cariri,
várias ações foram iniciadas para pesquisa e produção da dança cênica, ganhando
editais estaduais e nacionais como Prêmio Klauss Vianna 2008 e 2009.A religiosidade popular é marcante. Milhões de
romeiros se dirigem a Juazeiro para orar e para pagar promessas. Para se ter
uma ideia da importância da religião para o município, todos os museus da
cidade são de cunho religioso e existem, ainda, várias casas de milagres
(locais onde os fiéis depositam peças representativas de milagres que acreditam
ter alcançado). Na colina do Horto, ponto mais alto de Juazeiro, foi erguida
uma estátua do Padre Cícero com 27 metros de altura, a quarta
maior do mundo. Ainda no Horto, está o Museu Vivo do Padre Cícero com réplicas
em cera de personalidades do município como Maria de Araújo, José Marrocos,
Floro Bartolomeu, Aureliano Pereira e o próprio Padre Cícero.Joaquim Rodrigues dos Santos, mais conhecido
pela alcunha de "Seu Lunga", é um comerciante que faz parte da
cultura popular de Juazeiro devido as diversas anedotas e cordéis associados ao
seu temperamento".
Pontos culturais:
Centro Cultural Banco do Nordeste:
"Mantido pelo Banco do
Nordeste, possui teatro, centro de exposições e biblioteca. Realiza
diariamente apresentações teatrais e musicais, além de exposições de artes
plásticas, fotos e peças artesanais".
Centro Cultural Mestre Noza:
"Localizado no prédio da antiga cadeia pública,
abriga artesãos do município e promove exposição permanente de suas obras".
Museus:
Memorial Padre Cícero:
"Recria a história de Juazeiro reunindo fotos,
documentos e objetos históricos. No Memorial, estão panos usados para enxugar o
sangue derramado no suposto milagre da hóstia e o canhão tomado na Sedição de Juazeiro".
Estátuas no Museu Vivo Padre Cícero.
Museu Vivo do Padre Cícero:
"Misto de museu e casa de milagres, apresenta
esculturas em cera de personalidades do município e peças depositadas por
romeiros como representação de milagres. No acervo, destacam-se uma camisa da seleção brasileira de futebol assinada por
Djalminha
e uma camisa do Clube de Regatas Flamengo assinada pelo
diretor de futebol da equipe".
Teatros
Teatro Marquise Branca:
"Inaugurado em 2001, localiza-se em um
dos prédios mais antigos de Juazeiro que estava abandonado há anos.Existem outros dois teatros na cidade, um no
Centro Cultural Banco do Nordeste e um no SESC, Teatro Patativa do Assaré”[1]".
[1] Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_Norte
Acesso em: outubro de 2012.
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