DESCANSO PARA LOUCURA: Fichamento: Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico (PRODANOV; FREITAS)

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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Fichamento: Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico (PRODANOV; FREITAS)


PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

Imagem copiada de: https://www.docsity.com/pt/prodanov-e-freitas-metodologia-do-trabalho-cientifico-metodos-e-tecnicas-da-pesquisa-e-do-trabalho-academico/4905747/

A pesquisa científica é a realização de um estudo planejado, sendo o método de abordagem do problema o que caracteriza o aspecto científico da investigação. Sua finalidade é descobrir respostas para questões mediante a aplicação do método científico. A pesquisa sempre parte de um problema, de um a investigação, uma situação para a qual o repertório de conhecimento disponível não gera resposta adequada. Para solucionar esse problema, são levantadas hipóteses que podem ser confirmadas ou refutadas pela pesquisa. Portanto, toda pesquisa se baseia em uma teoria que serve como ponto de partida para a investigação. No entanto, lembre-se de que essa é uma avenida de mão dupla: a pesquisa pode, algumas vezes, gerar insumos para o surgimento de novas teorias, que, para serem válidas, devem se apoiar em fatos observados e provados. Além disso, até mesmo a investigação surgida da necessidade de resolver problemas práticos pode levar à descoberta de princípios básicos (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 43).

O que é pesquisa? Essa pergunta pode ser respondida de muitas formas. Pesquisar significa, de forma simples, procurar respostas para indagações propostas. Podemos dizer que, basicamente, pesquisar é buscar conhecimento. Nós pesquisamos a todo momento, em nosso cotidiano, mas, certamente, não o fazemos sempre de modo científico (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 43).

Ética na pesquisa científica indica que o estudo em questão deve ser feito de modo a procurar sistematicamente o conhecimento, por observação, identificação, descrição, investigação experimental, produzindo resultados reprodutíveis realizado de forma moralmente correta (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 45-46).

A pesquisa teórica é dedicada a estudos; a metodológica se ocupa dos modos de se fazer ciência; a empírica é dedicada a codificar a face mensurável da realidade e a prática ou pesquisa-ação é voltada para intervir na realidade social (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 50).

Quanto à natureza, a pesquisa pode ser básica ou aplicada. A pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais; já a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 51).

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser exploratória, descritiva e explicativa.

Pesquisa descritiva: quando o pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir neles. Visa a descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52-53).

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa pode ser: bibliográfica, documental, experimental, levantamento, pesquisa de campo, estudo de caso, pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação e pesquisa participante (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 54).

Quanto a pesquisa bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa. Em relação aos dados coletados na internet, devemos atentar à confiabilidade e fidelidade das fontes consultadas eletronicamente. Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 54).

Pesquisa documental: devido as suas características pode ser confundida com a pesquisa bibliográfica. A diferença reside na natureza das fontes de ambas as pesquisas. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente  das contribuições  de vários autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental baseia-se em materiais  que não receberam ainda um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 55).

Levantamento: esse tipo de pesquisa ocorre quando envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento desejamos conhecer através de algum tipo de questionário. Em geral, procedemos à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, mediante análise quantitativa, obtermos as conclusões correspondentes aos dados coletados (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 57-58).

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser: quantitativa e qualitativa.

Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). No desenvolvimento da pesquisa quantitativa, devemos formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir a precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e interpretação.

Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (...). A utilização desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo fato de não utilizar dados estatísticos com centro do processo de análise de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades (...). É comum autores não diferenciarem abordagem quantitativa da qualitativa, pois consideram que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. Entendemos, então, que a maneira pela qual pretendemos analisar o problema ou fenômeno e o enfoque adotado é o que determina uma metodologia quantitativa ou qualitativa (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 70-71).

Justificativa: Refletimos sobre “o porque” da realização da pesquisa, procurando identificar as razões a preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a outros temas. Pergunta-se: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? A justificativa deverá convencer quem for ler o projeto, com relação à importância e à relevância da pesquisa proposta (...). Devemos tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não tentarmos justificar a hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 82).

Problema de pesquisa: prevê a reflexão sobre o problema que você pretende resolver na pesquisa, se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele (...). É explicar, em uma frase objetiva, compreensível e operacional, a dúvida com a qual nos deparamos e que planejamos resolver. Consiste em dizer, de maneira explícita, clara e compreensível, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver. O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, levantamos uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa. O problema é criado pelo próprio autor e relacionado ao tema escolhido (...); pode ser expresso em forma de uma pergunta ou enunciando-o através de uma afirmação, no caso da questão norteadora (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 83).

Hipóteses: é a suposição que fazemos, na tentativa de explicar o que desconhecemos e o que pretendemos demonstrar, testando variáveis que poderão legitimar ou não o que queremos explicar ou descobrir. Tem a característica de ser provisória. Um mesmo problema pode ter várias hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução (...). A hipótese é uma possível resposta ao problema da pesquisa e orienta a busca de informações. A hipótese pode ser definida como uma suposição que antecede a constatação dos fatos (...). A pesquisa pode confirmar ou refutar a hipótese levantada. Hipóteses não são perguntas, mas sim afirmações. Alguns autores utilizam a expressão “questões norteadoras” em vez de hipóteses (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 88, 90-91).

Questionários: constituem técnicas de levantamento de dados primários que dão grande importância à descrição verbal de informantes (...). Tem como pré-requisito a elaboração de um impresso próprio com questões a serem formuladas na mesma sequência para todos os informantes (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 105-106).

O questionário é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados. Se sua confecção for feita pelo pesquisador, seu preenchimento será realizado pelo informante (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 108).

Quanto à forma do questionário, pode ser:

Perguntas abertas: são livres. Permitem que o informante responda livremente. Neste caso, a análise dos dados é difícil, cansativa, demorada;

Perguntas fechadas ou dicotômicas: são limitadas, apresentam alternativas fixas. O informante escolhe sua resposta entre duas opções apresentadas.

Perguntas de múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas apresentam uma série de respostas possíveis (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 109-110).

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