PRODANOV, Cleber Cristiano;
FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do
trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho
acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
Imagem copiada de: https://www.docsity.com/pt/prodanov-e-freitas-metodologia-do-trabalho-cientifico-metodos-e-tecnicas-da-pesquisa-e-do-trabalho-academico/4905747/ |
A pesquisa científica é a
realização de um estudo planejado, sendo o método de abordagem do problema o
que caracteriza o aspecto científico da investigação. Sua finalidade é
descobrir respostas para questões mediante a aplicação do método científico. A
pesquisa sempre parte de um problema, de um a investigação, uma situação para a
qual o repertório de conhecimento disponível não gera resposta adequada. Para
solucionar esse problema, são levantadas hipóteses que podem ser confirmadas ou
refutadas pela pesquisa. Portanto, toda pesquisa se baseia em uma teoria que
serve como ponto de partida para a investigação. No entanto, lembre-se de que
essa é uma avenida de mão dupla: a pesquisa pode, algumas vezes, gerar insumos
para o surgimento de novas teorias, que, para serem válidas, devem se apoiar em
fatos observados e provados. Além disso, até mesmo a investigação surgida da
necessidade de resolver problemas práticos pode levar à descoberta de
princípios básicos (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 43).
O que é pesquisa? Essa
pergunta pode ser respondida de muitas formas. Pesquisar significa, de forma
simples, procurar respostas para indagações propostas. Podemos dizer que,
basicamente, pesquisar é buscar conhecimento. Nós pesquisamos a todo momento,
em nosso cotidiano, mas, certamente, não o fazemos sempre de modo científico
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 43).
Ética na pesquisa científica
indica que o estudo em questão deve ser feito de modo a procurar
sistematicamente o conhecimento, por observação, identificação, descrição,
investigação experimental, produzindo resultados reprodutíveis realizado de
forma moralmente correta (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 45-46).
A pesquisa teórica é
dedicada a estudos; a metodológica se ocupa dos modos de se fazer ciência; a
empírica é dedicada a codificar a face mensurável da realidade e a prática ou
pesquisa-ação é voltada para intervir na realidade social (PRODANOV; FREITAS,
2013, p. 50).
Quanto à natureza, a
pesquisa pode ser básica ou aplicada. A pesquisa básica objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática
prevista. Envolve verdades e interesses universais; já a pesquisa aplicada
objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais (PRODANOV; FREITAS,
2013, p. 51).
Quanto aos objetivos, a
pesquisa pode ser exploratória, descritiva e explicativa.
Pesquisa descritiva: quando
o pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir
neles. Visa a descrever características de determinada população ou fenômeno ou
o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume,
em geral, a forma de levantamento (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52-53).
Do ponto de vista dos
procedimentos técnicos a pesquisa pode ser: bibliográfica, documental,
experimental, levantamento, pesquisa de campo, estudo de caso, pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação e pesquisa
participante (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 54).
Quanto a pesquisa
bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído
principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos
científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material
cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato
direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa. Em relação aos
dados coletados na internet, devemos atentar à confiabilidade e fidelidade das
fontes consultadas eletronicamente. Na pesquisa bibliográfica, é importante que
o pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis
incoerências ou contradições que as obras possam apresentar (PRODANOV; FREITAS,
2013, p. 54).
Pesquisa documental: devido
as suas características pode ser confundida com a pesquisa bibliográfica. A
diferença reside na natureza das fontes de ambas as pesquisas. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de vários autores sobre determinado assunto,
a pesquisa documental baseia-se em materiais
que não receberam ainda um tratamento analítico ou que podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013,
p. 55).
Levantamento: esse tipo de
pesquisa ocorre quando envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento
desejamos conhecer através de algum tipo de questionário. Em geral, procedemos
à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do
problema estudado para, mediante análise quantitativa, obtermos as conclusões
correspondentes aos dados coletados (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 57-58).
Do ponto de vista da forma
de abordagem do problema, a pesquisa pode ser: quantitativa e qualitativa.
Quantitativa: considera que
tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas (percentagem, média, mediana, desvio-padrão, coeficiente
de correlação, análise de regressão etc.). No desenvolvimento da pesquisa
quantitativa, devemos formular hipóteses e classificar a relação entre as
variáveis para garantir a precisão dos resultados, evitando contradições no
processo de análise e interpretação.
Qualitativa: considera que
há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode
ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o
uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta
para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Tal pesquisa é
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O
processo e seu significado são os focos principais de abordagem (...). A
utilização desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo fato
de não utilizar dados estatísticos com centro do processo de análise de um
problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades (...).
É comum autores não diferenciarem abordagem quantitativa da qualitativa, pois
consideram que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. Entendemos, então,
que a maneira pela qual pretendemos analisar o problema ou fenômeno e o enfoque
adotado é o que determina uma metodologia quantitativa ou qualitativa (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p. 70-71).
Justificativa: Refletimos
sobre “o porque” da realização da pesquisa, procurando identificar as razões a
preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a outros temas. Pergunta-se:
o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que você percebe
na abordagem proposta? A justificativa deverá convencer quem for ler o projeto,
com relação à importância e à relevância da pesquisa proposta (...). Devemos
tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não tentarmos justificar a
hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado
no trabalho de pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 82).
Problema de pesquisa: prevê
a reflexão sobre o problema que você pretende resolver na pesquisa, se é
realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele
(...). É explicar, em uma frase objetiva, compreensível e operacional, a dúvida
com a qual nos deparamos e que planejamos resolver. Consiste em dizer, de
maneira explícita, clara e compreensível, qual a dificuldade com a qual nos
defrontamos e que pretendemos resolver. O problema é a mola propulsora de todo
o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, levantamos uma questão para
ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada através
do trabalho de pesquisa. O problema é criado pelo próprio autor e relacionado
ao tema escolhido (...); pode ser expresso em forma de uma pergunta ou
enunciando-o através de uma afirmação, no caso da questão norteadora (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p. 83).
Hipóteses: é a suposição que
fazemos, na tentativa de explicar o que desconhecemos e o que pretendemos
demonstrar, testando variáveis que poderão legitimar ou não o que queremos
explicar ou descobrir. Tem a característica de ser provisória. Um mesmo
problema pode ter várias hipóteses, que são soluções possíveis para a sua
resolução (...). A hipótese é uma possível resposta ao problema da pesquisa e
orienta a busca de informações. A hipótese pode ser definida como uma suposição
que antecede a constatação dos fatos (...). A pesquisa pode confirmar ou
refutar a hipótese levantada. Hipóteses não são perguntas, mas sim afirmações.
Alguns autores utilizam a expressão “questões norteadoras” em vez de hipóteses (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p. 88, 90-91).
Questionários: constituem
técnicas de levantamento de dados primários que dão grande importância à descrição
verbal de informantes (...). Tem como pré-requisito a elaboração de um impresso
próprio com questões a serem formuladas na mesma sequência para todos os
informantes (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 105-106).
O questionário é uma série
ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O
questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados.
Se sua confecção for feita pelo pesquisador, seu preenchimento será realizado
pelo informante (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 108).
Quanto à forma do
questionário, pode ser:
Perguntas abertas: são
livres. Permitem que o informante responda livremente. Neste caso, a análise
dos dados é difícil, cansativa, demorada;
Perguntas fechadas ou
dicotômicas: são limitadas, apresentam alternativas fixas. O informante escolhe
sua resposta entre duas opções apresentadas.
Perguntas de múltipla
escolha: são perguntas fechadas, mas apresentam uma série de respostas
possíveis (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 109-110).
Nenhum comentário:
Postar um comentário