A 17a edição do Prêmio Poetize (2016) foi publicada em grande estilo, através de uma belíssima Antologia Poética com cerca de 270 páginas de muita poesia, soneto, enfim, arte literária. Na postagem anterior nós mostramos as 10 Primeiras Poesias Classificadas; agora trazemos as poesias escritas por poetas alagoanos, conterrâneos do Blog1
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Presente de Natal
Jalon
Nunes de Farias (Palmeira dos Índios/AL)
Este
Fim de Ano
Eu
quero sim um presente de Natal.Mas ele será diferente daquele de anos atrás
E isso envolve o Papai Noel.
Eu
quero muito!
Que
ele não acerte o caminho da minha casaQue no percurso, muitos atalhos apareçam,
Mas que nenhum leve até o meu lar.
Mas se o Papai Noel for esperto
E chegar até o portão de minha casa
Que dois cães raivosos o esperem
E o enxotem a mordidas letais.
Mas
se ele for perspicaz
E
conseguir driblar os cãesQue a chaminé esteja entupida
Ou a lareira em brasas.
Enfim, que tudo o impeça
De chegar até mim e oferecer seu presente
Que o dê a outro, menos inquieto
Menos atento, a um alienado qualquer.
É
que eu não suporto mais
Receber
as ilusões doadas por elePromessas de melhores dias
Profecias de bons tempos.
Ilusões
de um Natal de Paz
De
um Ano Novo fraternoDe solidariedade entre os povos
De harmonia entre as raças.
Que ele desista de mim este ano
De oferecer-me seus presentes irreais
Porque este ano
Ele será apenas Noel, não Papai.
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A
excelentíssima palavra (Ação?)
Arnaldo Santtos (Maceió/AL)
Onde
estás palavra que não te apresenta e fala?
Fala
dos vermes envenenando a população;fala do amor que não está nas preces dos cristãos;
fala dos miseráveis que estão pedindo atenção.
Onde
estás palavra?
Fala
da mesquinhez dos patrões;das vidas sem razões;
dos homens sem perdões;
da tristeza dos canhões.
Onde
estás palavra?
Será
tu uma diversão?
Onde
estás palavra?
Na
menopausa das sensações? No fim? Que fim?Na corrupção pela corrupção?
No desamor da própria palavra?
Onde
estás palavra?
Nos
corações amedrontados dos não patrões?
Fala
palavra!!
Fala
da guerra existente: fala da opressão;fala doe embriagados pela loucura dos tostões;
fala no silêncio da AÇÃO.
Onde
estás palavra?
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Quando
morrer!
Paulo Ribeiro (Maceió/AL)
Quando
morrer, já deitado no caixão
Ouvindo
de Beethoven, a quinta sinfoniaNão quero sentimento de emoção
Lágrimas, choradeira, nenhuma latomia
Ali,
parecendo bem morto, no ataúde
Ninguém
notará se estou pensandoFarei leve sorriso de beatitude
Porei ouvidos atentos, observando!
Em
nova matéria de luz, transformado
Invisível
a visão elementar dos presentesCircularei calmamente, bem focado
Tomado de curiosidades persistentes!
Quererei
saber críticas e comentários
Minudências
de minha personalidadeNão me assustarei vendo adversários
Fazendo-me elogios com prodigalidade!
Neste
planeta, do qual fiz morada
Aos
seres vibracionais de minhas energiasQue convivi durante curta temporada
Deixarei energias de harmonias!
E
no momento mais triste, doloroso
Que
é a descida do corpo, a terra friaVoarei antes deste ato escabroso
Na certeza de que lá em cima, é alegria!
***
Um
amor em reticências
Thaís Silvério (Arapiraca/AL)
não
pensei que pudesse doer tanto
ficar
sem quem eu amo muitos diasveio a noite e o vazio que insistia
revestiu-se de saudade e de pranto...
já
não ouço o seu tom leve e brando
de
manhã me acordando com “bom dia”não almoço em sua companhia,
não te tenho na mesa enquanto janto.
Mas
eu sei que em mim há a essência
de
um amor que termina em reticências,de tão forte ultrapassa essa vida...
pode
vir mais mil anos não esqueço
de
uma vida construída com respeito,do meu pai, o amor da minha vida!
***
Difícil
Wellington Amorim (Messias/AL)
Nestes
dias sem fim
Sem
um novo começoEnturva-nos um amanhecer
Difícil esta rotina
No silêncio da matina.
Mas, esta incurável dor
Que habita no meio
Mais cedo, ou mais tarde
Vai sair de nós...
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1Para
consulta acesse: http://www.premiopoetize.com.br/
Ou a referência da
Antologia: RAMOS, Isaac Almeida (org.). Antologia Poética,
Prêmio Poetize 2016. Série Novos Poetas no
17. Edição fev. de 2016.
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